Mais um ano que chega ao final. Primeiro ano aqui. Lá pelo 15º em Pindamonhangaba. Não vim aqui resumir meu ano (por falta de tempo). Nem dizer que no dia 31 encerra-se um ciclo, e blá-blá-blá (por falta de saco). Não. Vim agradecer!
Obrigado a todos que participaram do meu ano, as pessoas que conheci, as que entraram aqui por algum motivo e estão lendo isso agora. Obrigado a família, amigos e conhecidos. O ano não foi às mil maravilhas, mas foi bem proveitoso. Se não de que valeria vivenciá-lo?
Aprendi muita coisa, conheci bastante lugar diferente, vi coisa boa, escutei coisa (boa) pra caralho, li um pouco mais e, também estou tentando escrever cada vez mais. É claro que trombei coisa ruim também, mas isso aí agente não precisa ficar levando na memória.
De 2012 ficam boas histórias, que eu sorrio só de lembrar... Um dia, talvez, eu poste algumas
É claro que tiveram perdas neste ano, mas os ganhos as superam de longe. Pra quem se importa comigo, eu vou bem. Obrigado. Se de algum modo você fez parte do meu 2012, ótimo. Se não fez, muito prazer em 2013.
E que venha o ano que vem, do jeito que tiver de vir...
Cola cum Fróis
Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Kit Carnaval SP 2013
Fim de ano é sinônimo de que? Proximidade com o carnaval, é lógico. Então há algum tempinho atrás a Liga Independente das Escola de Samba de São Paulo (LIGA) lançou o kit do Carnval 2013 - CD com sambas de enredo + Revista do Carnaval 2013. Ouvi e li o material algumas vezes, e achei que seria válido manifestar minha opinião aqui. Segue então a minha opinião sobre revista e do CD, e é claro, dos sambas. Abaixo uma foto da festa de lançamento do Kit, que ocorreu no sambódramo do Anhembi.
Enfim iremos falar de escola por escola. Revista e CD.

Começando pela revista, que já tem a sua quarta edição, e se
tornou uma bela forma de divulgação do carnaval paulistano ao vendê-la
juntamente com o disco. Outro ganho do nosso carnaval é fabricar o material
duplo, isto é, contendo escolas do grupo de especial e acesso. No geral o
material melhorou mesmo em relação ao de 2012, tendo esse ano uma revista mais
completa e gostosa do sambista ler. Fizeram bem em retirar a merda que fizeram
ano passado, ao ocupar as páginas da revista com a versão em inglês de cada
texto. Gostei muito também da homenagem feita a D. Edna e Zelão, que
infelizmente vieram a falecer neste ano. Outro ponto positivo deste ano é o
artigo escrito no final da edição por Fabio Cavicchio Parra, traçando uma bela
visão e análise sobre as Comissões de Frente que tanto mudaram em nosso
carnaval. A única ressalta a se fazer negativamente; é sobre o marketing exposto nas primeiras páginas,
dando a falsa impressão de que o Governo apoia e investe no seu carnaval da
melhor forma possível.
Sobre o CD eu digo que em geral foi muito bem gravado e mixado. A
tecnologia vem crescendo, e o carnaval acompanhando. O pequeno coral ao fundo
de cada samba também é agradável. Porém, ai porém; quiseram limitar de mais o
tempo de cada samba. Não há nem um aquecimento antes. É só o grito de guerra do
intérprete e pronto. Gostoso é ouvir aquele samba-exaltação antes de cada
faixa. São Paulo tinha essa característica nos discos anteriores, e isso vem se
perdendo. Não pode. Quem compra o CD não quer apenas ouvi-lo para o carnaval
2013. Quer ouvi-lo sempre, tê-lo de recordação. Esse esquenta antes do samba dá
singularidade a cada obra. Agora em questão de qualidade, também lamento este
ano. Tá certo que alguns temas escolhidos pelas agremiações nada contribuem
para um bom samba. E que algumas sinopses escritas pelos carnavalescos só
pioram a situação do compositor. Mas não é pra tanto. Os sambas parecem
obedecer uma tendência de serem cada vez mais uniformes, meio que seguindo um
modelo de samba nota 10. E o pior é que no fim muitos destes sambas alcançam a
nota máxima, devido ao mal critério atribuído pelo jurado encarregado ou pela
forma que lhe orientam a julgá-los. Ano passado a coisa não era muito
diferente. Entretanto se você for ouvir o disco dos sambas de enredo de 5 ou 10
anos atrás já nota-se uma diferença legal. Talvez seja a tendência da vez.
Resta-nos esperar a cada ano por um samba que salve a safra. E isso vem
acontecendo sempre. Ah... senti uma pegada mais fraca das baterias em algumas
escolas também. Acho que se pode brincar bem mais do que apenas entrar diretão
com o samba.

Enfim iremos falar de escola por escola. Revista e CD.
Mocidade Alegre: A faixa começa lindamente com a homenagem
da presidente Solange à Seu Beto, baluarte da escola e compositor do samba de
1981, que foi brevemente relembrado junto com a homenagem à seu autor. O enredo
é curioso. Pode-se esperar boa coisa dos carnavalescos. O samba não chega a ser
destaque, mas é bom. Com a interpretação de Clóvis Pê torna-se a cara da
escola. Só acho que a bateria deu uma leve acelerada em relação ao que vem
sempre apresentando. Talvez seja pelo fato do samba ser um pouco extenso. A
obra é correta, e parecer traduzir bem a proposta do enredo. A melodia é muito
bonita. Só não gosto muito dos refrões, que seguem o excessivo uso de verbos no
infinitivo.
Rosas de Ouro: O Rosas
este ano acertou. Um enredo rico, e que parecer trazer junto o polêmico
patrocínio. Mas este patrocínio por sua vez, não é escancarado como em certas
escolas. Parece estar no ponto certo. Agora o samba de enredo poderia ser
melhor. Supera sem dúvidas as últimas canções apresentadas pela escola, mas
ainda não se pode colocá-lo no grupo dos melhores do ano. Outro samba comprido.
Quem sabe seja devido ao enredo que também é extenso. Sua letra é muito bonita,
e a melodia acompanha bem esse nível. Porém o que diminui a qualidade da obra
são os clichês. Outro fator é que o samba não é lá muito explosivo e nem fácil
de decorar. Vale também elogiar a performance da bateria do mestre Tornado, que
tirou onda!
Vai-Vai: Novamente o vinho na avenida. Mas nenhuma
história é contada do mesmo jeito. Apesar de batido, o tema não deixa de ser
interessante (e saboroso, rs). E o que falar dos sambas do Vai-Vai hein? Só
pancada! Mesmo quando não é muito bom (como no ano passado) se torna um dos
melhores do ano. Dessa vez não foi diferente. Samba curto. Fácil de cantar. Os
refrões dão um toque especial a obra. O refrão do meio é aquele que sacode a
galera; e o principal é o mais poético, que além de apresentar muito bem o
enredo, tem uma belíssima melodia. A batucada, acelerado como lhe é
característica, fez a sua parte. Já Wander Pires parece ter se excedido no
cacos.
Mancha Verde: O tema da Mancha Verde é muito bom. Mário
Lago tem uma história muito a ver com samba. Mas o modo que ele é abordado não
me agrada muito. Trata-se de uma biografia do compositor e ator carioca. O
sambinha é até bom. Nada comparado ao lindo hino do carnaval passado, mas é
gostoso de cantar. Em alguns momentos se torna um pouco cansativo, creio
eu por ser repleto de referências na letra. Fredy Vianna mostrou que casou
muito bem com a escola. Se tratando da Mancha a gente espera sempre os melhores
sambas, desta vez contentaremos com apenas bom.
Unidos de Vila Maria: Com
um enredo não muito lá carnavalesco a Vila vem tentando o título inédito. Mas
parece que não vai ser desta vez. Samba-Enredo não é o ponto forte da escola.
Pelo menos não nos últimos anos. Meio apelativo, quase puxa-saco. Até os
refrões são difíceis de cantar. Longe daquele samba bom sobre o Japão em 2008.
Simplesmente não gostei. A bateria melhorou na gravação deste ano. Mas o a
interpretação caiu na qualidade. Aí dá no mesmo.
Acadêmicos do Tucuruvi: A faixa começa lá em cima com a belíssima introdução. Enredo
muito bem escolhido pela escola. Mazzaropi é a cara do carnaval. Igor Sorriso
parece ter trazido a irreverência de sua São Clemente lá do Rio. O samba todo é
assim. Alegre e Irreverente. A começar pelos refrões empolgantes
(principalmente o refrão do meio). Só a segunda parte da letra que me pareceu
um pouco extensa em seus versos, mas nada que comprometa a qualidade de uma
obra tão boa de se ouvir. Aplausos Tucuruvi.
Dragões da Real: A
introdução (não se pode nem chamar de esquenta mais) começa legal com o samba
do carnaval passado, que por sua vez não era muito bom, mas sem dúvidas supera
o hino da escola neste ano. O enredo é até interessante, mas o samba não
acompanha-lhe. Daniel Collete faz o possível para levantar sua melodia, porém
ela não se mostra nem um tanto empolgante. Os refrões no geral são fracos. O
refrão do meio então, é inteirinho composto por clichês de obras do carnaval. A
letra também é marcada por versos que caem no lugar-comum e, rimas no
infinitivo; que acabam deixando-a saturada. Típico samba sem brilho.
Tom Maior: Uma
das escolas que costuma ter apenas sambas de boa qualidade desde que ingressou
ao grupo especial, decepcionou em 2013. O enredo não ajuda nem um pouco. É uma
tentativa de maquiar o patrocínio obtido pela escola, que criou um tema em cima
dele. Dependendo da forma que for abordado, o enredo pode até se tornar
interessante. Mas o samba não empolga. O refrão principal é até criativo, a
letra tem um tamanho bom, e a história é contada de forma sutil; no entanto ele
não chega a ser bom. Contudo, Rene Sobral e Mestre Carlão ajudaram (e muito),
fazendo o possível para elevar o samba.
Gaviões da Fiel: Tanto enredo interessante dando sopa por
aí, e os Gaviões vem trazer justo um sobre a propaganda. Já não basta ela
encher o saco na televisão, no rádio e mais recentemente na internet; vão
trazê-la ao carnaval. Cogitaram muita coisa boa pra servir de tema, mas acharam
este melhor. E como diz a lenda, quando o enredo não é bom o samba também não
será. Uma obra comprida, quase burocrática; que tem seu ápice logo após o
segundo refrão. E que, aliás, é um refrão legal. Só! Ah, que saudades dos
sambas que a Gaviões trazia à dez anos atrás. Na revista, a escola não
homenageou ninguém de sua história no espaço que haviam colocado para isso, e
no lugar puseram fotos de musas. São bonitas, claro; mas no mínimo foi um
desrespeito com sua tradicional velha guarda, que com certeza tem muito pra
contar. E eles ainda teimam em misturar futebol com samba, fazendo alusão ao
time que os originou, no início e no final da faixa.
X-9 Paulistana: Vindo de sambas ruins nos últimos anos, e com um tema já
muito conhecido pelos sambistas da cidade, não se poderia esperar muito do
samba de enredo da X-9. E não é que ela nos surpreendeu mesmo? Sambão.
Diferente, criativo, bem feito e bem contado. Royce do Cavaco leva a obra ao
seu patamar máximo. O modo com que o enredo é abordado parece ser bem
diferente, e curioso. A letra do samba mostra essa saga de uma viajem que se
finda em festa na tão diversa cidade de São Paulo. Mestre Bruxinha evoluiu
nitidamente de um ano pra cá. O único compositor fez um belo poema.
Império de Casa Verde: Se for seguir pela ordem da revista seria o Águia de Ouro
(devido a algum erro na impressão), mas no CD é mesmo o Império. Como lhe é de
costume, a bateria de Mestre Zoinho dá um show à parte. Carlão segue bem no
microfone. Mas em questão de samba a coisa não é bem por aí. Outra letra
comprida, e lotada de referências. No geral, muito previsível. O refrão do meio
quebra bem essa linha cansativa, faz o samba crescer, e a bateria se aproveita
muito bem disso. Só que depois, o samba volta a ser chato, creio eu por culpa
de sua melodia. O enredo também é um pouco batido.
Águia de Ouro: Se
o enredo do Águia já era bom, se tornou muito melhor com o samba feito. (Com o
perdão da palavra) puta que pariu, que samba bonito! Sem dúvida nenhuma é a
melhor faixa dentre as 22. Outra obra diferenciada, que se distingue das
demais, que sai do lugar-comum. Seja na poesia da letra, ou na melodia
deliciosa de se cantar. São várias alusões às composições de João Nogueira em
toda letra, que é repleta de partes que se sobressaem. Mas o grande diferencial
está no final do samba, que termina com uma deixa belíssima para o refrão
principal, e ainda abre espaço pra bateria fazer uma graça. Sem falar nos
refrões: o principal num tom muito gotoso (mesmo sem citar o nome da escola), e
o do meio com uma sextilha que não torna-se cansativa. Aliás não é só o refrão
que não é cansativo não. O samba tem um tamanho maior nos versos, mas sua
melodia varia tão bem que de maneira nenhuma ele se torna exaustivo. O samba de
introdução à faixa - e de autoria de João, apesar de curto, é de emocionar. Uma
faixa para se ouvir de manhã, e cantarolar de tarde por aí. Ah, e um detalhe:
Diogo Nogueira, filho do João, está no time dos autores deste hino, que é
justamente sobre seu pai.
Nenê de Vila Matilde: Vila que te quero Vila! De volta ao Especial, vem trazendo
um enredo notável e muito importante. A igualdade foi brilhantemente escolhida
para o carnaval 2013, agora se ela será bem desenvolvida tenho lá minhas
dúvidas. O samba apesar de não empolgar, retrata bem isso. Conta bem a história
proposta, preenchendo de forma contundente os versos da obra. Luizinho Andanças
tem uma participação especial; afinal ele o cantou muito bem nas eliminatórias,
e agora também no disco. Não podemos dizer que o nível de sambas apresentados
pela agremiação caiu, até porque este não é inferior aos últimos anos, mas a
explosão chega a fazer falta à escola. Não deixa de ser um samba forte, de mensagem.
Acadêmicos do Tatuapé: A empolgação que faltou na faixa anterior, sobra nessa. O
Tatuapé aposta num refrão fácil e contagiante. A letra é bonita, bem
desenvolvida e tem boas passagens. Lembra-me muito a obra do carnaval passado.
No geral a melodia é simples, assim como o samba todo. O enredo é uma bela
homenagem a uma grande sambista, assim como em 2012. Porém desta vez quem
recebe reverência é Beth Carvalho. Senti falta da participação da cantora, pelo
menos na introdução ao samba. Um ponto positivo no samba de enredo do Tatuapé
neste ano, é a volta do título inteiro do enredo aparecer na letra do samba.
Bela tradição de antigos carnavais, que não era pra ter se perdido.
Pérola Negra: Na mesma linha dos últimos anos, a escola
vem trazendo sambas bons e de belas letras; com uma melodia não tão
contagiante. Este carnaval não será diferente. O ponto fraco da vez são os
refrões que não empolgam, e que tornam-se apenas duas quadras na obra que são
repetidas. Isso porém parece ser compensado na bela letra que traduz bem o
enredo, que em base é a narrativa escrita por Ariano Suassuna e, que
posteriormente tornou-se um filme de grande sucesso nacional. O samba não
consegue trazer consigo nem um pouco da magia da obra do escritor, mas expressa
o enredo de forma correta. Não deixa de ser um dos melhores sambas de enredo do
Grupo de Acesso.
Camisa Verde e Branco: É com a linda e brevíssima introdução do
samba de 1986 que o Camisa inicia sua participação no disco. O refrão mostra
que cresceu na voz de Igor Sorriso, o novo intérprete, e ganhou a cara da
escola. O samba é curto e muito fácil. Crescente no seu segundo refrão e bem
desenvolvido na letra como um todo. Não é uma obra-prima, mas tem os elementos
ideias para a alegria que tem o carnaval. A letra casou muito bem com a
melodia. Agora em termos de enredo a escola não parece estar tão bem. O tema é
bonito para um desfile, mas o que preocupa é a forma com que ele será abordado.
A partir do texto (muito mal) elaborado pelo carnavalesco da escola, pode-se ter
a noção da dificuldade que os compositores devem ter encontrado para fazer o
samba. Fora os erros de português que o tal texto contém... Ainda bem que a
revista do carnaval não vale nota! rs.
Leandro de Itaquera: Outro tema afro no carnaval paulistano. Este
por sua vez não parece ter algum diferencial. Como de costume, o samba é bom.
Tema afro dá samba bom! Mas o tema que não parece ser tão bom assim. Ao
englobar tantos assuntos de um tema sem um propósito central, o enredo poderia
facilmente fugir da proposta. E, ao meu ver, isso transcorreu ao longo de toda
a letra. Com tanta coisa para se falar é difícil chegar a um ponto de
equilíbrio a não ser a cultura afro. Mesmo confuso, o enredo não deixa de ser
rico. A letra expressa bem toda esta riqueza, e ao mesmo tempo em que é extensa
a sua melodia faz com que o samba passa muito bem pelos ouvidos. Em
especial na parte final da obra, que é o ápice do samba. A bateria de Mestre
Augusto parece ter amadurecido bem. Agora outro desrespeito na sessão de homenageados
na revista é feito pela agremiação em seu segundo ano consecutivo. A parte
entregue à escola é para que façam uma homenagem à seus baluartes, e não para
bajulação de políticos como a Leandro fez novamente. Lamentável.
Estrela do Terceiro Milênio: Mais um enredo-homenagem. Porém desta vez
não é sobre alguém importante para o samba como três escolas fizeram
anteriormente neste disco. Elke Maravilha é uma personalidade de destaque no
Brasil, mas creio eu que muito mais gente merecia uma homenagem da escola de
samba por aí. Já o samba é simples e breve. Não tem uma bela letra, e nem uma
bela melodia; mas é correto. Não chega a ser ruim. Em momento nenhum a obra
chega a empolgar, no entanto a bateria Pegada da Coruja bem que tentou. André
Pantera interpretou muito bem o samba. E mais uma vez a bajulação de políticos
se fez presente na revista. E de novo pelo segundo ano consecutivo. Dessa vez
foi a Terceiro Milênio que em vez de dar valor a sua própria comunidade
preferiu fazer média com deputado.
Morro da Casa Verde: A simpática escola da Zona Norte começa sua faixa com a, no
mínimo cômica, chamada de Adeílton. Outro samba simples, sem destaque, porém
desta vez o enredo abordado é bom. Liberdade, é essencial. Novamente a Morro
acertou no tema. A letra é curta e correta. A melodia não agita ninguém. Apenas
o refrão principal chama o povo, sem apelar para nenhum clichê. Como disse o
intérprete: "tudo bem feitinho".
Unidos do Peruche: Outra escola que começa com um belo arranjo de corda na
introdução, mas como em todas as faixas neste ano, é de curta duração. O refrão
principal logo começa forte e contagiante, mas acaba aí. O samba não é alegre.
Pelo contrário, é extenso demais e burocrático. Já o enredo é muito bom de se
falar, e veio em boa hora. Porém se não for bem traçado, assim como na Leandro,
pode acabar se perdendo na própria história. O ponto mais fraco pra mim, é o
refrão do meio que, mesmo com o esforço de Toninho Penteado acaba cansando. O
samba todo não chega a esse ponto, devido a melodia que explode da parte final
do samba para o refrão principal.
Imperador do Ipiranga: A denúncia da escola é válida. O enredo é engajado, e forte.
Em primeira pessoa, o samba é feito como se a criança clamasse pela ajuda. A
letra é toda baseada neste apelo, e por mais que seja um pouco confusa, é muito
bonita. A melodia é gostosa, e Evandro Malandro contribuiu muito para essa
impressão. O refrão é muito bom, não tanto quanto no carnaval passado, mas
próximo do ideal. Apesar do enredo delicado, a obra teve um resultado bom.
Entretanto acho que poderia ser um pouco menor na sua parte final. O título do
enredo também foi bem escolhido.
Unidos de Santa Bárbara: E por fim a agremiação do extremo leste
deixa sua marca no disco. Uma contribuição válida, sendo uma escola recém
ascendente. Escolheu um enredo muito bom, e escasso no cotidiano. A gentileza!
A letra do samba é um tanto quanto comprida, com uma melodia arrastada. Mas
sobe na parte final, com direito a bossa da bateria. Só achei desnecessária a
participação de Tinga no meio da faixa, que praticamente nem cantou e só fez
cacos. O samba é até simpático e encerra bem o CD e a revista do carnaval
paulistano 2013.
Por fim concluo que nos resta ouvir e aprender as obras para o
carnaval, e acompanhar sua evolução na avenida. Espero também que ano que vem
possam corrigir os erros do material deste ano, e que a qualidade dos sambas
melhore. Samba de enredo tem que ser ímpar, não pode seguir modelo algum. Cada
samba tem sua particularidade e sua individualidade. Regredir esse caminho é
burrice. É tentar padronizar o carnaval.
Ufffffaaaa! E que venha o carnaval de 2013 aí!
sábado, 22 de dezembro de 2012
Um Domingo por culpa do Corinthians
Bom amanhã fará uma semana do tal título mundial do Corinthians. Como todos já sabem, e devem estar fartos de ver e ouvir a repercussão na mídia (exceto os corintianos, é lógico), o Corinthians levou a taça. Aí me veio a ideia de contar onde eu estava quando tudo ocorreu...
Sábado a noite eu tinha ido à uma festa em São Paulo, e voltei pra casa por volta de sete e meia ou oito da manhã. E por coincidência ou não, o jogo seria as oito e meia. Tomei chuva na madrugada, meus pés estavam encharcados e a dor de cabeça já vinha vindo junto com o sono. Tudo o que eu queria no momento era apenas deitar e dormir. Foda-se o Corinthians, foda-se o Chelsea, foda-se o Mundial Interclubes e o caralho à 4.
Chegando próximo ao apartamento de minha irmã eu já vejo: a rua, a calçada, o meio fio e até os carros tomados por torcedores; com telão, fogos de artifício, bombinhas, com crianças brincando, barraquinhas de churrasco, caixas e mais caixas de cerveja e, até mesmo alguns instrumentos de carnaval. Era OITO DA MANHÃ! Finjo estar feliz também, só pra conseguir passar por ali mais rápido. Subi ao apartamento, e mais corintianada festejando por entre os andares e prédios vizinhos. Tentei ignorar. Em vão. Entrei, e encontrei dois amigos de minha irmã dormindo pelos colchões. O espaço pra deitar era pouco. Fui tirar o tênis, escovar os dentes, lavar o rosto para tentar puxar pelo menos uma sonequinha.
Encostei a cabeça no travesseiro, e os fogos, e a batucada, e a gritaria... tudo. Tudo aumentou o volume. Me subiu um ódio desse jogo, desse time, dessa torcida. Não tenho nada contra o Corinthians, mas devido a situação decidi torcer contra. Não fiquei nem um minuto na cama. Vesti o chinelão, peguei uma camisa limpa e desci pra ver a partida. Saí do prédio, e uma turma de bêbedos quase me levou pra barraquinha onde estava passando o jogo pelo telão. Deviam pensar que eu fosse corintiano também. Deviam ter virado a noite também. Peguei a rua contrária à festa dos torcedores.
Parei numa padoca qualquer. A Bela Vista como um bom bairro de raízes italianas que é, pensei logo que os funcionários fossem em sua maioria palmeirenses. Que nada. Todos corintianos. Porém só fui descobrir isso depois de gritar gol quando o time do Chelsea quase marcou no início do jogo - que Cássio salvou com os pés em cima da linha. Pedi um suco. Demorou pra chegar. A padaria não estava cheia. Depois de uns minutinhos fiquei pensando que o rapaz corintiano tinha cuspido no copo. Esse receio aumentou quando ouvi ele dizer pra um colega de trabalho "esses caras que não tem time e fica torcendo contra" "é foda". Acabou o primeiro tempo, sem gols. Fui embora sem terminar o suco. Paguei, fui pra rua. Vazia. Completamente vazia. Só encontrei um morador de rua e uma viatura no caminho de volta ao apartamento.
Subi novamente. Só estava um amigo da minha irmã, desta vez acordado e vendo o jogo. Ele não tinha time do coração, mas estava torcendo pelo Corinthians também. Resolvi aproveitar o intervalo pra dormir. Que ingenuidade! Rojões e bombinhas pareciam serem soltos no andar do lado. Abri a janela pra ver o que rolava lá na rua, e juro, que por menos de um metro não me acertam com um busca-pé. Deitei na cama. O jogo recomeçou. De olhos fechados eu não cheguei a dormir, mas ouvia a narração do Galvão. Até que escuto um lance de perigo. Virei pra ver. Gol. Quis me enterrar embaixo do travesseiro! O barulho ficou insuportável. A essa altura minha dor de cabeça quase seguiu o caminho do barulho. O sono então parecia de todo jeito me fazer dormir. Mas todos queriam o contrário. Enfim cochilei após uns 10 minutos do gol. Acordei de novo com a barulheira faltando menos de 5 minutos pra acabar. A cada momento se escutava uma voz diferente gritando "Vai Corinthians!" ou "É Campeão!". Tentei dormir mais uma vez... Era tarde demais.
Quando ouvi o apito do sr. árbitro da partida logo desliguei a televisão. Mas não adiantou. A rua era mais barulhenta. E a festa prosseguiu. O batuque voltou mais forte. Fogos. Depois colocaram músicas do clube. Rojões. Cantos das torcidas organizadas. Gritos vindo lá de fora. Lá pro meio-dia o som dos carros era o forró. Bombinhas. Pras duas da tarde vieram os funk's paulistas. Provocação à clubes rivais. Depois voltaram a colocar músicas de organizadas. Parecia um estádio. Uma praça do time. Um lugar próprio para a comemoração. E eu só fui mesmo dormir de noite. Perdi um domingo na cama. Um domingo dentro de casa. Por culpa do Corinthians.

Mas fazer o que, a festa é valida. Comemorar o título de seu time é muito bom. E o título, pelo que me parece, foi merecido. Parabéns ao time Corinthians Paulista. Parabéns pela torcida que sabe fazer festa. Dessa história ficou uma lição. Não virar a noite na véspera da final de um campeonato deste porte. A não ser que seja com meu time do coração, pra festejar também.
Ah... E se beber, não solte rojões! rs
domingo, 9 de dezembro de 2012
Brasileirão 2012
Nesse domingo sem futebol nenhum pela tv e nem pelos campinhos daqui, me veio a ideia de escrever sobre o Brasileirão deste ano. Desta vez somente uma breve análise. Vamos lá!
São 10 anos de pontos corridos. O que gera aquela eterna discussão sobre qual modelo de campeonato é melhor. É claro que em emoção os campeonatos de mata-mata dão um banho no Brasileiro atual. Porém, o argumento para mantê-lo assim é de que a disputa é por um todo bem mais justa. O que é verdade. Ganha o time mais completo, com o melhor elenco, que teve a melhor REGULARIDADE no campeonato inteirinho. Assim tendo em vista de que a Copa do Brasil, os Estaduais, a Sul-Americana e a Libertadores da América têm suas fases finais disputadas por mata-mata, logo seria justo tentar equilibrar a balança com um campeonato mais consistente e longo por pontos corridos: o Brasileirão.
Vimos ao longo dos anos por pontos corridos que o Campeonato Brasileiro é bem disputado. Mas é evidente a diferença do nível do futebol apresentado entre os clubes que o disputam. São 20 clubes (um número razoável), porém com uns 4 ou 5 com elenco para brigar pelo título. Neste ano por exemplo; apenas o Fluminense, o Atlético-MG, o Grêmio e talvez o Corinthians ou o São Paulo tinham time para conquistar uma taça. O resto dos times se contentou em apenas disputarem os jogos entre si, sem maiores objetivos. Um time grande, tem de sempre se manter entre os que brigam pelo título. Do outro lado vimos uma boa disputa para não serem rebaixados à Série B, talvez a maior disputa do campeonato. Caíram as piores campanhas, os piores grupos.
Aponto a equipe do Fluminense e a do Atlético-MG como destaques do ano (e que protagonizaram um belíssimo jogo na 32ª rodada). A primeira pela sua reta final. E a segunda pelo desempenho louvável no início da temporada. O clube do Náutico jogou muito bem os dois turnos, e contrariou quem apostava numa possível queda do Timbu. A Ponte Preta também surpreendeu, e apresentou um time bem entrosado e com um certo grau de habilidade. A Portuguesa mostrou raça ao alcançar o objetivo de permanecer na elite, algo digno de aplausos com o elenco atual da Lusa. Negativamente temos o Flamengo e o Cruzeiro que têm jogadores medianos/bons, entretanto não foram capaz de conseguirem resultados expressivos. E o Palmeiras, que não era esperado seu rebaixamento no início, mas ao longo da disputa a qualidade decaiu e o time não rendeu o que a torcida esperava. O elenco também não era dos melhores. A arbitragem, como sempre, cometeu diversas falhas graves; em inúmeros jogos. Pode até ter interferido em alguns pontinhos, mas no resultado geral acredito que não.

Como jogador, Neymar (Santos) confirma que é o melhor em atuação no Brasil. Lucas (São Paulo) aperfeiçoa seu talento. Fred (Fluminense) mostra que com a idade, seu faro de artilheiro só cresceu. O garoto Bernard (Atlético-MG) foi o meu destaque deste ano. E Ronaldinho Gaúcho (Flamengo/Atlético-MG) deu a volta por cima na temporada, e encerrou o ano jogando muito. Como técnico o estilo de Abel Braga (Fluminense) pareceu ser o mais satisfatório, porém sem grandes elogios. No gol também não houve muito destaque. Apenas o garoto Paulo Victor (Flamengo) aparecendo bem em alguns jogos. E o veterano Dida (Portuguesa) voltando no mais alto nível.
Segue a classificação do Brasileirão no 1º turno:
1º ATLÉTICO/MG - 43 p
2º FLUMINENSE - 42 p
3º GRÊMIO - 37 p
4º VASCO - 35 p
5º SÃO PAULO - 31 p
6º INTERNACIONAL - 31 p
7º FLAMENGO - 29 p
8º BOTAFOGO - 28 p
9º CRUZEIRO - 28 p
10º SANTOS - 26 p
11º NÁUTICO - 24 p
12º CORINTHIANS - 24 p
13º PONTE PRETA - 23 p
14º PORTUGUESA - 22 p
15º CORITIBA - 19 p
16º BAHIA - 17 p
17º PALMEIRAS - 16 p
18º ATLÉTICO/GO - 16 p
19º SPORT - 15 p
20º FIGUEIRENSE - 14 p
E a classificação final, após o 2º turno:
1º FLUMINENSE - 77 p
2º ATLÉTICO/MG - 72 p
3º GRÊMIO - 71 p
4º SÃO PAULO - 66 p
5º VASCO - 58 p
6º CORINTHIANS - 57 p
7º BOTAFOGO - 55 p
8º SANTOS - 53 p
9º CRUZEIRO - 53 p
10º INTERNACIONAL - 52 p
11º FLAMENGO - 50 p
12º NÁUTICO - 49 p
13º CORITIBA - 48 p
14º PONTE PRETA - 48 p
15º BAHIA - 47 p
16º PORTUGUESA - 45 p
17º SPORT - 41 p
18º PALMEIRAS - 34 p
19º ATLÉTICO/GO - 30 p
20º FIGUEIRENSE - 30 p
Agora é esperar o troca-troca do mercado da bola. Quem vem, quem vai, quem volta, quem pára, quem surge e quem desaparece. A maioria dos times precisam reformular seus elencos para 2013. Um campeonato só será bem disputado se praticamente todas elas investirem a grana que faturaram. Vem aí Goiás, Criciúma, Vitória e Atlético-PR. A briga em baixo vai ser boa. Em cima, me parece que será melhor do que este ano. Afinal a Copa do Mundo ta quase aí.

O saldo deste ano parece ser bom. Um campeonato um pouco mais desigual, mas com um registro de bom público nos estádios. E o importante é isso. O torcedor estar lá para apoiar seu time sempre quando der, independente se valer ou não uma conquista.
Ahhhhh... já ia me esquecendo! PARABÉNS AO CAMPEONÍSSIMO FLUMINENSE!!!
Ahhhhh... já ia me esquecendo! PARABÉNS AO CAMPEONÍSSIMO FLUMINENSE!!!
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Uma Noite em 67
Sempre escutei comentários a respeito sobre este show, porém não sabia o que havia acontecido exatamente naquela noite. Aí esses dias, por viajar dentre as obras de Chico Buarque espalhadas youtube á fora, não é que encontro um documentário (muito bem) feito sobre o tal III Festival de Música Popular Brasileira? Sensacional! Não o documentário em si, mas o que aquela noite representava na música nacional da época; e representa ainda hoje para quem a aprecia.
Evento realizado pela TV Record, a grande final do festival ocorreu no Teatro Paramount, dia 21 de outubro de 1967, e em pleno regime militar. A esperança de maior liberdade se alimentava na alma da nova geração da música nacional. Surgiam novas misturas musicais, novos ritmos. Havia uma certa retomada a própria cultura nacional. Como contraponto a ditadura militar alguns músicos rejeitam o que vem de fora. Outros se inspiram no sucesso do rock mundial da banda The Beatles. Este era o cenário em que a televisão promovia grandes festivais de música, tendo o de 1967 como o maior deles.
Tamanha grandiosidade para um programa de televisão se deu pelo nível dos concorrentes. Na finalíssima participavam 12 obras inéditas com seus respectivos intérpretes, tendo maior destaque para as cinco primeiras colocadas. Havia uma platéia repleta de jovens que vaiam e aplaudem com muita intensidade. Uma das vítimas da tal platéia foi Sérgio Ricardo, com a canção "Beto Bom de Bola". A canção teria sofrido mudanças em seu arranjo, e ao anunciarem isso, foi recebida por vaias que a acompanharam até o fim. Não conseguindo prosseguir com sua apresentação Sérgio desiste de cantá-la, e em resposta a sonora vaia do público ele quebra seu violão no palco, e o lança em direção ao público. Tudo isso ao vivo em rede nacional. Logicamente que depois do acontecimento, a organização desclassificou Sérgio Ricardo do festival. E a cena do cantor sendo vaiado é relembrada até hoje na internet.
Agora falando sobre as cinco canções que mais bem se classificaram nesta final, e que nos dias de hoje são bem conhecidas da população brasileira em geral: o quinto lugar da disputa ficou Roberto Carlos, com "Maria, Carnaval e Cinzas". Vindo da Jovem Guarda para cantar um samba, Roberto também sofreu vaias do público do teatro; porém sua apresentação terminou com calorosos aplausos. Caetano Veloso com sua conhecida "Alegria, Alegria" interpretou de linda forma a música ao lado dos argentinos do grupo Beat Boys. As vaias também marcaram a apresentação de Caetano, que ao final da mesma foi ovacionado pelo público ficando no quarto lugar. O terceiro colocado foi Chico Buarque que interpretou "Roda Viva" ao lado do grupo MPB-4; desta vez sem vaias, mas sim sob gritinhos de "lindo" no início e também ovacionado posteriormente. A canção é bem conhecida, e veio à publico numa época muito propícia para o que é abordado em sua letra. A música vice-campeã do festival foi "Domingo no Parque" cantada por Gilberto Gil, juntamente com os jovens d'Os Mutantes, e mesclava um rock com uma levada de capoeira muito bonita. A canção simples, e ao mesmo tempo belíssima foi bem recebida pelo público e pelo juri do concurso. E por fim a nacionalmente conhecida "Ponteio" foi a grande escolhida pelos jurados para receber o prêmio do festival de música. O público pareceu concordar com a canção vencedora, gritando a todo momento para Edu Lobo e cia. A obra realmente era muito bem construída para o festival, com um belo arranjo musical, e teve todos os méritos da disputa.
Foi o ápice da música nas telinhas. Após este festival vieram alguns outros, cada vez menores e cada vez menos expressivos. A televisão deixou a música como protagonista para dar lugar a novelas e jogos de futebol no centro de sua programação. Os bons músicos e compositores se distanciaram da televisão. Hoje dificilmente vê-se programas de música na tv aberta brasileira. Concurso musicais então, nem pensar. Quando há são disputados por artistas que voltaram ao anonimato, ou por pessoas sem o mínimo talento para a música. E quase nunca essas canções são inéditas. Fora os tais reality shows em que buscam encontrar novos intérpretes pelo Brasil. Acho que a televisão deixou um pouco a música de lado, e perdeu muito com isso. Uma ferramenta de entretenimento que nunca foi inteligente, só teve prejuízo ao abandonar essa forma de cultura tão querida pelas pessoas. Uma pena, pois ao caminharem juntas elas só têm a se complementarem, e consequentemente alçarem maiores vôos.
A música (eu digo a de qualidade) porém não sentiu tanto essa perda. Ela sobrevivia muito bem, obrigado, sem a televisão e, até mesmo sem o rádio. São formas de divulgação de trabalho, muito importante é verdade, mas que entretanto não interferem na qualidade das obras musicais compostas independentemente da mídia. Atualmente surge música de qualidade em toda parte do Brasil. A mídia no entanto não nos mostra por inteiro o que ocorre no cenário musical nacional. E nem a indústria fonográfica. Resta então encontrar a nova geração da música deste país pelo bom e velho "boca a boca", ou através da internet. Se não encontrar, voltemos ao pretérito. Recordar algo que você já conhece e sabe que é interessante ouvir, nunca será regredir.
Evento realizado pela TV Record, a grande final do festival ocorreu no Teatro Paramount, dia 21 de outubro de 1967, e em pleno regime militar. A esperança de maior liberdade se alimentava na alma da nova geração da música nacional. Surgiam novas misturas musicais, novos ritmos. Havia uma certa retomada a própria cultura nacional. Como contraponto a ditadura militar alguns músicos rejeitam o que vem de fora. Outros se inspiram no sucesso do rock mundial da banda The Beatles. Este era o cenário em que a televisão promovia grandes festivais de música, tendo o de 1967 como o maior deles.

Tamanha grandiosidade para um programa de televisão se deu pelo nível dos concorrentes. Na finalíssima participavam 12 obras inéditas com seus respectivos intérpretes, tendo maior destaque para as cinco primeiras colocadas. Havia uma platéia repleta de jovens que vaiam e aplaudem com muita intensidade. Uma das vítimas da tal platéia foi Sérgio Ricardo, com a canção "Beto Bom de Bola". A canção teria sofrido mudanças em seu arranjo, e ao anunciarem isso, foi recebida por vaias que a acompanharam até o fim. Não conseguindo prosseguir com sua apresentação Sérgio desiste de cantá-la, e em resposta a sonora vaia do público ele quebra seu violão no palco, e o lança em direção ao público. Tudo isso ao vivo em rede nacional. Logicamente que depois do acontecimento, a organização desclassificou Sérgio Ricardo do festival. E a cena do cantor sendo vaiado é relembrada até hoje na internet.

Agora falando sobre as cinco canções que mais bem se classificaram nesta final, e que nos dias de hoje são bem conhecidas da população brasileira em geral: o quinto lugar da disputa ficou Roberto Carlos, com "Maria, Carnaval e Cinzas". Vindo da Jovem Guarda para cantar um samba, Roberto também sofreu vaias do público do teatro; porém sua apresentação terminou com calorosos aplausos. Caetano Veloso com sua conhecida "Alegria, Alegria" interpretou de linda forma a música ao lado dos argentinos do grupo Beat Boys. As vaias também marcaram a apresentação de Caetano, que ao final da mesma foi ovacionado pelo público ficando no quarto lugar. O terceiro colocado foi Chico Buarque que interpretou "Roda Viva" ao lado do grupo MPB-4; desta vez sem vaias, mas sim sob gritinhos de "lindo" no início e também ovacionado posteriormente. A canção é bem conhecida, e veio à publico numa época muito propícia para o que é abordado em sua letra. A música vice-campeã do festival foi "Domingo no Parque" cantada por Gilberto Gil, juntamente com os jovens d'Os Mutantes, e mesclava um rock com uma levada de capoeira muito bonita. A canção simples, e ao mesmo tempo belíssima foi bem recebida pelo público e pelo juri do concurso. E por fim a nacionalmente conhecida "Ponteio" foi a grande escolhida pelos jurados para receber o prêmio do festival de música. O público pareceu concordar com a canção vencedora, gritando a todo momento para Edu Lobo e cia. A obra realmente era muito bem construída para o festival, com um belo arranjo musical, e teve todos os méritos da disputa.
Segue o documentário que inspirou esta publicação:
A música (eu digo a de qualidade) porém não sentiu tanto essa perda. Ela sobrevivia muito bem, obrigado, sem a televisão e, até mesmo sem o rádio. São formas de divulgação de trabalho, muito importante é verdade, mas que entretanto não interferem na qualidade das obras musicais compostas independentemente da mídia. Atualmente surge música de qualidade em toda parte do Brasil. A mídia no entanto não nos mostra por inteiro o que ocorre no cenário musical nacional. E nem a indústria fonográfica. Resta então encontrar a nova geração da música deste país pelo bom e velho "boca a boca", ou através da internet. Se não encontrar, voltemos ao pretérito. Recordar algo que você já conhece e sabe que é interessante ouvir, nunca será regredir.
Fica aqui o registro final do post com a grande composição vencedora do concurso de 67 (numa versão com Zizi Possi em 92) provando que o festival deixou um legado admirável:
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Fórmula 1 - Temporada 2012
Com cerca de uma semaninha de atraso, eis que estou aqui novamente, desta vez para dissertar sobre a temporada da Fórmula 1 que se encerrou no último dia 25. A última corrida do ano, como tradicionalmente vinha acontecendo também nos últimos anos, foi no Brasil. E no Brasil, meu amigo, é sinônimo de emoção. Interlagos é a maior prova disso. Nada melhor do que findar uma temporada tão diversa e acirrada aqui mesmo. A festa foi muito bonita.
Mas para que a festa de encerramento ocorra tem que haver um início, certo? E o início da temporada foi daqueles... Das sete primeiras corridas do ano, foram sete ganhadores distintos. Havia ainda uma grande dúvida sobre quem poderia disputar o título no ano, não tinham pilotos favoritos. Tinham carros favoritos. Talvez a Ferrari, ou uma McLaren, ou então então a Red Bull quem sabe. E ainda havia quem corresse por fora. A dúvida estava no ar, porém a certeza que se tinha é que a primeira parte da temporada foi mesmo de arrepiar quem gosta do esporte.
Depois, nas outras seis corridas seguintes ainda houve uma inconstância nos vencedores, porém as equipes já despontavam em anunciar quem iria brigar pelo título, e eram exatamente as 3 equipes citadas acima. A partir de então, quem estivesse correndo melhor e alcançando melhores resultados seria favorecido naturalmente pelas escuderias. Foi então que se obteve como favoritos a temporada 2012 os nomes de Alonso, Vettel e Hamilton. São 3 grandes pilotos, que foram campeões recentemente e que, provavelmente o título do ano ficaria nas mãos de um deles. A briga permanecia dura.
Por fim nos últimos sete Grandes Prêmios restantes pode-se realmente ver quem iria levar essa taça. Incrivelmente o alemão Sebastian Vettel faturou 4 das 7 corridas, e ficando no pódio em 6. Era um salto para a vitória da temporada. Prestes a disputarem a última corrida do ano, Vettel era o grande favorito. O terceiro campeonato consecutivo estava a caminho. Hamilton havia ficado um pouco para trás. Alonso era o único a poder alcançá-lo. Mas era quase impossível, dependeria do erro do próprio alemão ou da sorte lançada para o GP. Essa sorte (ou erro) quase ocorreu. No início da corrida de Interlagos Vettel rodou, porém manteve-se na pista. E numa disputa emocionante com todo chove ou não chove que se tem direito, ele sagrou-se o campeão de 2012, com todos os méritos.
Foi sim uma belíssima temporada. Vettel correu mais do que todos, e por isso mereceu de fato o feito. Destaque também para Alonso, que alcançou resultados inesperados por muitos. Raikkonen em sua volta ás pistas também foi surpreendente, e é boa aposta para o próximo ano. Como novidade surgiram aí Maldonado, Pérez e Kobayashi. E como despedida de um dos maiores nomes de toda a Fórmula 1; provavelmente Michael Schumacher dará adeus (desta vez para sempre) à categoria.
Voltei a acompanhar as corridas num ano em que houve um grandíssimo número de ultrapassagens, e alguns acidentes (praticamente nenhum grave). A modalidade se mostrou bonita de se ver. Pena que não temos brasileiros a nível de brigar pelo título. Pena também que para deixar de assisti-la da televisão é preciso dinheiro semelhante a quem trabalha nas equipes de alto nível. Enquanto isso temos que aguentar o velho narrador da tv aberta.

Mas para que a festa de encerramento ocorra tem que haver um início, certo? E o início da temporada foi daqueles... Das sete primeiras corridas do ano, foram sete ganhadores distintos. Havia ainda uma grande dúvida sobre quem poderia disputar o título no ano, não tinham pilotos favoritos. Tinham carros favoritos. Talvez a Ferrari, ou uma McLaren, ou então então a Red Bull quem sabe. E ainda havia quem corresse por fora. A dúvida estava no ar, porém a certeza que se tinha é que a primeira parte da temporada foi mesmo de arrepiar quem gosta do esporte.
Depois, nas outras seis corridas seguintes ainda houve uma inconstância nos vencedores, porém as equipes já despontavam em anunciar quem iria brigar pelo título, e eram exatamente as 3 equipes citadas acima. A partir de então, quem estivesse correndo melhor e alcançando melhores resultados seria favorecido naturalmente pelas escuderias. Foi então que se obteve como favoritos a temporada 2012 os nomes de Alonso, Vettel e Hamilton. São 3 grandes pilotos, que foram campeões recentemente e que, provavelmente o título do ano ficaria nas mãos de um deles. A briga permanecia dura.
Por fim nos últimos sete Grandes Prêmios restantes pode-se realmente ver quem iria levar essa taça. Incrivelmente o alemão Sebastian Vettel faturou 4 das 7 corridas, e ficando no pódio em 6. Era um salto para a vitória da temporada. Prestes a disputarem a última corrida do ano, Vettel era o grande favorito. O terceiro campeonato consecutivo estava a caminho. Hamilton havia ficado um pouco para trás. Alonso era o único a poder alcançá-lo. Mas era quase impossível, dependeria do erro do próprio alemão ou da sorte lançada para o GP. Essa sorte (ou erro) quase ocorreu. No início da corrida de Interlagos Vettel rodou, porém manteve-se na pista. E numa disputa emocionante com todo chove ou não chove que se tem direito, ele sagrou-se o campeão de 2012, com todos os méritos.

Foi sim uma belíssima temporada. Vettel correu mais do que todos, e por isso mereceu de fato o feito. Destaque também para Alonso, que alcançou resultados inesperados por muitos. Raikkonen em sua volta ás pistas também foi surpreendente, e é boa aposta para o próximo ano. Como novidade surgiram aí Maldonado, Pérez e Kobayashi. E como despedida de um dos maiores nomes de toda a Fórmula 1; provavelmente Michael Schumacher dará adeus (desta vez para sempre) à categoria.
Voltei a acompanhar as corridas num ano em que houve um grandíssimo número de ultrapassagens, e alguns acidentes (praticamente nenhum grave). A modalidade se mostrou bonita de se ver. Pena que não temos brasileiros a nível de brigar pelo título. Pena também que para deixar de assisti-la da televisão é preciso dinheiro semelhante a quem trabalha nas equipes de alto nível. Enquanto isso temos que aguentar o velho narrador da tv aberta.
sábado, 24 de novembro de 2012
Ghost Dog
Já tinha ouvido falar do filme, mas outro dia aí pelo twitter eu li alguns bons comentários sobre ele. Não teve jeito, e a curiosidade falou mais alto. Ainda bem. Fui procurar o longa no internet, e só o achei em inglês sem legenda. Não teve jeito, de novo, e dei o play.
O filme é muitíssimo bem montado. Jim Jarmuch realizou quase que uma antropologia cultural. Misturou uma máfia, com a realidade das ruas americanas e ainda inseriu a cultura japonesa no meio. A história narra a caminhada de Ghost Dog (Forest Whitaker), um assassino de aluguel que é contratado pela máfia local de New Jersey. Dog foi salvo por Louie (Jhon Tormey), um dos mafiosos, e assim deve sua vida a ele. Ghost Dog vive na laje de um prédio da cidade, cercado de pombas, com as quais mantém uma relação próxima; e segue os preceitos do Hagakure, espécie de código dos samurais do antigo Japão. Ao longo da trama, várias citações do Hagakure aparecem entre as cenas, todas contextualizadas com o que ocorre no filme. Assim ao matar outro homem á mando da máfia, acaba cometendo falha ao matá-lo na frente da filha, revoltando quem lhe mandara a esta missão.
Os mafiosos, que nem são tão mafiosos assim, passam a perseguir Dog. Numa das melhores cenas do filme, em que os 4 mafiosos estão reunidos numa mesa e Loiue os revela quem havia cometido esta falha, pode-se ver que esta máfia é bem mais uma sátira aos grupos de criminosos. Os integrantes do grupo então, após tentarem o matar sem sucesso, ateiam fogo na moradia de Dog, extinguindo praticamente todas as pombas que ali viviam. Ao chegar lá e ver a triste imagem, Dog se desola e cultiva a vingança aos mafiosos que lhe fizeram esta atrocidade. Começa assim a saga do rapaz de matar um por um dos criminosos, poupando apenas Louie que o salvara anteriormente.
As cenas são bem interessantes, e muitas vezes até curiosas. Entre os personagens secundários, merecem destaque: o sorveteiro melhor amigo de Dog que só fala francês, e é muito bem-humorado; a filha do homem que Dog matou, e que se trata de uma estranha figura silenciosa e fissurada por desenhos animados; e a menina que inicia um diálogo sobre livros com Dog na praça, recebe dele uma edição do Hagakure, e torna-se sua amiga. Outro personagem curioso é o mafioso fã de Public Enemy, que pouco antes de morrer começa a interpretar no banheiro a música do grupo feito Flavor Flav. Uma cena hilária! O modo com que Ghost Dog age é digno de cinema mesmo. Sempre com sua maleta repleta de armas e aparelhos que o auxiliam em roubos de carros por exemplo, ele segue á procura de um por um dos mafiosos. Além do mais, Dog era conhecido em sua área e não falava com muita gente, porém sempre foi respeitado. Frio, sutil e racional.
O roteiro mostra-se muito bem feito. Apesar de um pouco violento, é ao mesmo tempo de uma poesia ímpar. O seleto grupo de bons atores também merecem reconhecimento. Acompanhados de trilha sonora e fotografia excelente, méritos de RZA e Robby Feuller respectivamente. Eles, em conjunto, passam ao espectador a sensação sombria da personagem principal, e que acompanha todo o filme. Ghost Dog era um assassino com cara de mau, que porém ao mesmo tempo era uma pessoa doce e companheira aos mais próximos. O final do drama é só um desfecho para a história muito bem contada, que chega a emocionar. Até que para quem não tem um bom inglês, eu acredito que consegui compreender bem o longa metragem. Fica aqui meus parabéns a toda a produção desta obra de arte, e minha convicção de que é sempre bom saciar a curiosidade.
O filme é muitíssimo bem montado. Jim Jarmuch realizou quase que uma antropologia cultural. Misturou uma máfia, com a realidade das ruas americanas e ainda inseriu a cultura japonesa no meio. A história narra a caminhada de Ghost Dog (Forest Whitaker), um assassino de aluguel que é contratado pela máfia local de New Jersey. Dog foi salvo por Louie (Jhon Tormey), um dos mafiosos, e assim deve sua vida a ele. Ghost Dog vive na laje de um prédio da cidade, cercado de pombas, com as quais mantém uma relação próxima; e segue os preceitos do Hagakure, espécie de código dos samurais do antigo Japão. Ao longo da trama, várias citações do Hagakure aparecem entre as cenas, todas contextualizadas com o que ocorre no filme. Assim ao matar outro homem á mando da máfia, acaba cometendo falha ao matá-lo na frente da filha, revoltando quem lhe mandara a esta missão.

Os mafiosos, que nem são tão mafiosos assim, passam a perseguir Dog. Numa das melhores cenas do filme, em que os 4 mafiosos estão reunidos numa mesa e Loiue os revela quem havia cometido esta falha, pode-se ver que esta máfia é bem mais uma sátira aos grupos de criminosos. Os integrantes do grupo então, após tentarem o matar sem sucesso, ateiam fogo na moradia de Dog, extinguindo praticamente todas as pombas que ali viviam. Ao chegar lá e ver a triste imagem, Dog se desola e cultiva a vingança aos mafiosos que lhe fizeram esta atrocidade. Começa assim a saga do rapaz de matar um por um dos criminosos, poupando apenas Louie que o salvara anteriormente.
As cenas são bem interessantes, e muitas vezes até curiosas. Entre os personagens secundários, merecem destaque: o sorveteiro melhor amigo de Dog que só fala francês, e é muito bem-humorado; a filha do homem que Dog matou, e que se trata de uma estranha figura silenciosa e fissurada por desenhos animados; e a menina que inicia um diálogo sobre livros com Dog na praça, recebe dele uma edição do Hagakure, e torna-se sua amiga. Outro personagem curioso é o mafioso fã de Public Enemy, que pouco antes de morrer começa a interpretar no banheiro a música do grupo feito Flavor Flav. Uma cena hilária! O modo com que Ghost Dog age é digno de cinema mesmo. Sempre com sua maleta repleta de armas e aparelhos que o auxiliam em roubos de carros por exemplo, ele segue á procura de um por um dos mafiosos. Além do mais, Dog era conhecido em sua área e não falava com muita gente, porém sempre foi respeitado. Frio, sutil e racional.

O roteiro mostra-se muito bem feito. Apesar de um pouco violento, é ao mesmo tempo de uma poesia ímpar. O seleto grupo de bons atores também merecem reconhecimento. Acompanhados de trilha sonora e fotografia excelente, méritos de RZA e Robby Feuller respectivamente. Eles, em conjunto, passam ao espectador a sensação sombria da personagem principal, e que acompanha todo o filme. Ghost Dog era um assassino com cara de mau, que porém ao mesmo tempo era uma pessoa doce e companheira aos mais próximos. O final do drama é só um desfecho para a história muito bem contada, que chega a emocionar. Até que para quem não tem um bom inglês, eu acredito que consegui compreender bem o longa metragem. Fica aqui meus parabéns a toda a produção desta obra de arte, e minha convicção de que é sempre bom saciar a curiosidade.
domingo, 18 de novembro de 2012
The Basketball Diaries
Na madrugada de sexta pós feriadão, estava eu assistindo a programação da televisão aberta. Eis que resolvo dormir e, logo ponho a tv em 15 minutos no sleep. Na Band passava algum filme com basquete escolar, e eu como um bom fã do esporte comecei a prestar um pouco de atenção. Era o filme O Diário de um Adolescente. Nas cenas se viam um grupo de 4 adolescentes amigos de escola, que aprontavam quando saiam fora dela. Sem saber, peguei bem o comecinho do filme, e de 15 em 15 minutos do sleep, fui adiando a minha soneca.
O filme me envolveu facilmente. A história é bem legal. São os 4 jovens que aproveitam sua adolescência na cidade de New York. Assim além do basquete e da escola, eles passam cada vez mais a se envolverem no mundo das drogas. O enredo possui um protagonista, que é Jim Carrol (Leonardo DiCaprio), que costumava escrever várias histórias e poesias em seu diário para expressar seus sentimentos. Juntamente com os três melhores amigos, Jim segue jogando basquete pelas quadras e aprontando pelas ruas da metrópole estadunidense. Cada vez mais afundo nas drogas, o grupo vê a dependência química se aproximar. Até que em um jogo pela escola, o time que era muito bom em quadra resolveu se drogar para tentar melhorar o desempenho. Assim dentre os quatro amigos, apenas um não se dopou. O resultado foi uma visível overdose em quadra, que os tirou do basquete e da escola.
Fora das aulas, os três só aumentavam seus vícios e passaram a realizarem assaltos também. Em um roubo a uma loja, um deles acaba tendo alucinações durante a ação, e é pego pela polícia. Só restam então Jim e mais um amigo, que seguem perambulando pela cidade para sustentarem o vício. Em uma bela cena do longa, ao serem enganados por um traficante, eles o perseguem e o amigo de Jim acaba o empurrando do alto de um prédio. Ao tentar fugir é linchado e preso. Jim então sofre sozinho com seu diário o drama com as drogas. Então numa alucinação em que estaria jogando basquete novamente, Jim acaba caindo na neve. Seu velho amigo Reggie o tira de lá e leva o garoto para sua casa. Reggie tenta o ajudar, mas a situação do jovem é lamentável. Jim termina fugindo da casa de seu velho amigo para voltar ao seu vício químico.
Sem dinheiro, e agora sozinho; o garoto procura sustentar a dependência além da prostituição e seus roubos. Vai até a casa de sua mãe, da qual fora expulso e de lá é denunciado pela própria mãe como tentativa de assalto. A polícia o detém cerca de seis meses na cadeia. Lá o garoto passa a se dedicar mais a seu diário do que as drogas. Acaba por se regenerar da dependência química, e ao sair da prisão vira exemplo de superação.
Eu, sem querer, peguei no sono na parte em que o garoto implora a sua mãe para que o deixasse entrar. Mas depois, com a salvação do youtube é claro, acabei por ver o final do longa metragem na internet. Assim fiquei sabendo também que Jim Carron realmente existiu. Foi um músico, escritor e compositor americano; que ao escrever sua biografia, serviu de inspiração para que Scott Kalvert dirigisse o drama, que é baseado em fatos reais. A história impressiona mesmo, e deixa claro que o caminho das drogas pode deixar para trás uma carreira brilhante, ou uma adolescência a ser vivida. Jim Carron merece reverências por sua história de vida, por ter saído de onde saiu.
Outro que merece muita aclamação é Leonardo DiCaprio. O ator dá um aspecto muito real a cada cena. O roteiro também é muito bem sacado. No contexto de New York dos anos 70, Jim, Mickey, Pedro e Newton; usam a droga como refúgio de problemas escolares e familiares servindo também de escudo para os próprios medos de cada um. Algo muito comum nos jovens dos dias de hoje. Começam por usar a droga, mas acabam percebendo que no final é a droga que os usa. É claro que a adolescência não é uma época fácil de ser vivida. Porém não seria destruindo sua própria vida e sonhos, que lhe traria a felicidade. Somente a ilusão.
O filme me envolveu facilmente. A história é bem legal. São os 4 jovens que aproveitam sua adolescência na cidade de New York. Assim além do basquete e da escola, eles passam cada vez mais a se envolverem no mundo das drogas. O enredo possui um protagonista, que é Jim Carrol (Leonardo DiCaprio), que costumava escrever várias histórias e poesias em seu diário para expressar seus sentimentos. Juntamente com os três melhores amigos, Jim segue jogando basquete pelas quadras e aprontando pelas ruas da metrópole estadunidense. Cada vez mais afundo nas drogas, o grupo vê a dependência química se aproximar. Até que em um jogo pela escola, o time que era muito bom em quadra resolveu se drogar para tentar melhorar o desempenho. Assim dentre os quatro amigos, apenas um não se dopou. O resultado foi uma visível overdose em quadra, que os tirou do basquete e da escola.

Fora das aulas, os três só aumentavam seus vícios e passaram a realizarem assaltos também. Em um roubo a uma loja, um deles acaba tendo alucinações durante a ação, e é pego pela polícia. Só restam então Jim e mais um amigo, que seguem perambulando pela cidade para sustentarem o vício. Em uma bela cena do longa, ao serem enganados por um traficante, eles o perseguem e o amigo de Jim acaba o empurrando do alto de um prédio. Ao tentar fugir é linchado e preso. Jim então sofre sozinho com seu diário o drama com as drogas. Então numa alucinação em que estaria jogando basquete novamente, Jim acaba caindo na neve. Seu velho amigo Reggie o tira de lá e leva o garoto para sua casa. Reggie tenta o ajudar, mas a situação do jovem é lamentável. Jim termina fugindo da casa de seu velho amigo para voltar ao seu vício químico.

Sem dinheiro, e agora sozinho; o garoto procura sustentar a dependência além da prostituição e seus roubos. Vai até a casa de sua mãe, da qual fora expulso e de lá é denunciado pela própria mãe como tentativa de assalto. A polícia o detém cerca de seis meses na cadeia. Lá o garoto passa a se dedicar mais a seu diário do que as drogas. Acaba por se regenerar da dependência química, e ao sair da prisão vira exemplo de superação.
Eu, sem querer, peguei no sono na parte em que o garoto implora a sua mãe para que o deixasse entrar. Mas depois, com a salvação do youtube é claro, acabei por ver o final do longa metragem na internet. Assim fiquei sabendo também que Jim Carron realmente existiu. Foi um músico, escritor e compositor americano; que ao escrever sua biografia, serviu de inspiração para que Scott Kalvert dirigisse o drama, que é baseado em fatos reais. A história impressiona mesmo, e deixa claro que o caminho das drogas pode deixar para trás uma carreira brilhante, ou uma adolescência a ser vivida. Jim Carron merece reverências por sua história de vida, por ter saído de onde saiu.

Outro que merece muita aclamação é Leonardo DiCaprio. O ator dá um aspecto muito real a cada cena. O roteiro também é muito bem sacado. No contexto de New York dos anos 70, Jim, Mickey, Pedro e Newton; usam a droga como refúgio de problemas escolares e familiares servindo também de escudo para os próprios medos de cada um. Algo muito comum nos jovens dos dias de hoje. Começam por usar a droga, mas acabam percebendo que no final é a droga que os usa. É claro que a adolescência não é uma época fácil de ser vivida. Porém não seria destruindo sua própria vida e sonhos, que lhe traria a felicidade. Somente a ilusão.
sábado, 17 de novembro de 2012
Brás, Bexiga e Barra Funda
No ensino fundamental a escola indicou este livro, e eu não li. Ia ter teste, ou algo assim, e de última hora fui atrás do resumo na internet. Resultado: li o resumo, e não entendi porra nenhuma. E não ia entender mesmo. Este livro não se pode resumir. Aliás, não sei se podemos nem chamá-lo de livro; pois se trata de um conjunto de histórias que têm em comum apenas o fato de se passarem numa São Paulo do início do Século XX, e de envolverem italianos (ou descendentes) que chegaram e se instalaram nesta terra tão próspera.
Agora passeando pela biblioteca, trombei este livro por acaso e levei-o para casa. Numa noite chuvosa resolvi lê-lo. E acabei-o por completo antes da meia-noite. É um livro muito gostoso de ser lido. São histórias curtas, com um vocabulário mezzo Brasil mezzo Itália. Histórias que vão desde os imigrantes mais ricos, aos mais pobres; que vieram morar na tal Paulicéia desvairada. E por falar nisso, o livro pode ser considerado de caráter modernista. Escrito por Antônio de Alcântara Machado, retrata os costumes e a linguagem destes imigrantes italianos. O nome do livro é uma boa sacada: Brás, Bexiga e Barra Funda. Justamente bairros paulistanos próximos ao centro da cidade e com forte presença desta imigração.
O primeiro conto é Gaetaninho, sobre um pobre menino que sonha em andar de carro. Depois é Carmela, moça namoradeira. Em seguida Tiro de Guerra n° 35 sobre um grande soldado patriota. O quarto conto é Amor e Sangue, que se trata de uma trágica ilusão amorosa. A Sociedade é sobre o amor entre dois amantes, que encontram dificuldades para transformá-lo em casamento. Logo após encontra-se Lisetta, uma italianinha que sonhava em ter um ursinho de brinquedo. Coríntians (2) vs. Palestra (1) é um dos contos mais famosos, que aborda a rivalidade entre os dois times como pano de fundo para um triângulo amoroso. Posteriormente o autor segue com Notas Biográficas do Novo Deputado, que tem como enredo a vinda de um menino italiano para a casa do deputado e sua esposa, após o moleque se tornar orfão. O Monstro de Rodas é a história seguinte, que tem como assunto um triste enterro. Sucedido por Armazém Progresso de São Paulo, que envolve o dono de um armazém e sua vida entre trabalho e família. E por último, Nacionalidade, o mais italiano deles; que narra o cotidiano de um italiano patriota que acaba se apaixonando pelo Brasil.
É notável que apesar dos anos terem corrido, as ações das pessoas continuam semelhantes hoje em dia. Os costumes, o cenário e o contexto é outro; mas poderiam muito bem se passar atualmente. Pode-se observar inclusive que todos os contos mostram bem essa diversidade paulistana presente no início do Século XX. Na época do autor, a indústria e os imigrantes vinham dando um tom a mais na cidade de São Paulo. É exatamente isso que o livro conta através de histórias repletas de tragédias, alegrias, lágrimas, mortes, sorrisos e casamentos. E não é á toa que São Paulo é conhecida nos dias atuais por tudo isso; por ser a capital das diversas faces, e esse predicado não vem de hoje, não, bambino.
É notável que apesar dos anos terem corrido, as ações das pessoas continuam semelhantes hoje em dia. Os costumes, o cenário e o contexto é outro; mas poderiam muito bem se passar atualmente. Pode-se observar inclusive que todos os contos mostram bem essa diversidade paulistana presente no início do Século XX. Na época do autor, a indústria e os imigrantes vinham dando um tom a mais na cidade de São Paulo. É exatamente isso que o livro conta através de histórias repletas de tragédias, alegrias, lágrimas, mortes, sorrisos e casamentos. E não é á toa que São Paulo é conhecida nos dias atuais por tudo isso; por ser a capital das diversas faces, e esse predicado não vem de hoje, não, bambino.
domingo, 11 de novembro de 2012
Memórias Póstumas de Brás-Cubas
Vamos ao meu primeiro romance machadiano. Obra de reconhecimento dentro e fora do país, Memórias Póstumas de Brás-Cubas, se torna um livro intrigante e de fácil leitura, devido a seus curtos capítulos e o constante diálogo do narrador com o leitor. No caso, o narrador é o próprio Brás-Cubas, que após a morte resolve escrever um livro com as memórias de sua vida, que não foi lá muito agitada.
Machado de Assis consegue neste livro uma perfeita reflexão sincera da personagem central da obra: Brás-Cubas. O livro seria como uma autobiografia, muito bem humorada diga-se de passagem. Um humor ora irônico, ora sarcástico. Brás conta francamente como foi sua vida, desde seu início. Ou melhor, desde seu final. Porque o romance se inicia a partir da morte do rapaz. Outra característica da obra, é a forma que é narrada. Não segue a sequência lógica, chamada não-linear. Há diversas voltas e reflexões nos capítulos. São constantes também as interações de Brás-Cubas com o leitor.
Brás narra sua infância, seu primeiro amor, a ida á Portugal para estudar, a faculdade, a família, entre outros; sempre com muita franqueza e um humor sutil. O eu-lírico sabe, e inclusive deixa claro, que sua vida não teve grandes marcos. Brás conta também sobre outros amores, alguns amigos e os familiares mais próximos. Há diversos capítulos sobre o caso que mantinha com Virgília, esta casada com seu amigo, e as formas que o casal arranjava para se encontrar. Sobre Quincas Borba, que fora seu amigo desde pequeno, depois se tornou angustiante miserável vagando pelas ruas cariocas, e retornou novamente como um rapaz culto defendendo uma nova filosofia, mais tarde aderida por Cubas. E outros dedicados a sua irmã e Cotrim, que divergiam opiniões com Brás-Cubas sobre a herança deixada pelo pai, mas que retornaram mais tarde tentando induzir Cubas a se casar. Por mais que seus familiares fossem favoráveis, Cubas jamais casou e jamais teve um filho. Também não foi bem sucedido profissionalmente, não realizou sua ideia de produzir um emplasto para a cura da melancolia humana e não se tornou ministro.
Pois então o que faria interessante e conceituado um livro que narra a vida de um burguês sem graça do século XIX? A grande intertextualidade que Machado coloca nas páginas, sempre fazendo referências ou alusões a grandes obras da arte, cultura ou história do mundo até então. Ou a forma como o romance é escrito, com idas e vindas, tomadas e retomadas, diálogos com quem lê. Quem sabe o ponto de vista crítico sobre uma sociedade hipócrita no Rio de Janeiro, principalmente entre a classe mais rica. Talvez a quantidade de capítulos, sempre curtos, e o foco presente em cada um deles. Ou então por todos estes motivos, e mais outros. Enfim, o que se tem certeza é que Machado de Assis exprimiu através de sua pena e tinta esta que é uma das maiores obras literárias fantásticas da língua portuguesa. E acho que o autor no fundo, desejaria que quem o lê-se tome conhecimento do quão miserável nossa sociedade era, e ainda é. Para não seguir o caminho mesquinho de quem não viveu, viveu, viveu... e não acrescentou nada.
Machado de Assis consegue neste livro uma perfeita reflexão sincera da personagem central da obra: Brás-Cubas. O livro seria como uma autobiografia, muito bem humorada diga-se de passagem. Um humor ora irônico, ora sarcástico. Brás conta francamente como foi sua vida, desde seu início. Ou melhor, desde seu final. Porque o romance se inicia a partir da morte do rapaz. Outra característica da obra, é a forma que é narrada. Não segue a sequência lógica, chamada não-linear. Há diversas voltas e reflexões nos capítulos. São constantes também as interações de Brás-Cubas com o leitor.
Brás narra sua infância, seu primeiro amor, a ida á Portugal para estudar, a faculdade, a família, entre outros; sempre com muita franqueza e um humor sutil. O eu-lírico sabe, e inclusive deixa claro, que sua vida não teve grandes marcos. Brás conta também sobre outros amores, alguns amigos e os familiares mais próximos. Há diversos capítulos sobre o caso que mantinha com Virgília, esta casada com seu amigo, e as formas que o casal arranjava para se encontrar. Sobre Quincas Borba, que fora seu amigo desde pequeno, depois se tornou angustiante miserável vagando pelas ruas cariocas, e retornou novamente como um rapaz culto defendendo uma nova filosofia, mais tarde aderida por Cubas. E outros dedicados a sua irmã e Cotrim, que divergiam opiniões com Brás-Cubas sobre a herança deixada pelo pai, mas que retornaram mais tarde tentando induzir Cubas a se casar. Por mais que seus familiares fossem favoráveis, Cubas jamais casou e jamais teve um filho. Também não foi bem sucedido profissionalmente, não realizou sua ideia de produzir um emplasto para a cura da melancolia humana e não se tornou ministro.

Pois então o que faria interessante e conceituado um livro que narra a vida de um burguês sem graça do século XIX? A grande intertextualidade que Machado coloca nas páginas, sempre fazendo referências ou alusões a grandes obras da arte, cultura ou história do mundo até então. Ou a forma como o romance é escrito, com idas e vindas, tomadas e retomadas, diálogos com quem lê. Quem sabe o ponto de vista crítico sobre uma sociedade hipócrita no Rio de Janeiro, principalmente entre a classe mais rica. Talvez a quantidade de capítulos, sempre curtos, e o foco presente em cada um deles. Ou então por todos estes motivos, e mais outros. Enfim, o que se tem certeza é que Machado de Assis exprimiu através de sua pena e tinta esta que é uma das maiores obras literárias fantásticas da língua portuguesa. E acho que o autor no fundo, desejaria que quem o lê-se tome conhecimento do quão miserável nossa sociedade era, e ainda é. Para não seguir o caminho mesquinho de quem não viveu, viveu, viveu... e não acrescentou nada.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Pra Quem Já Mordeu Cachorro Por Comida Até Que Eu Cheguei Longe
Estava eu voltando de uma batalha de mc's lá no centro de Sampa, e resolvi colar ali na barraquinha que os moleques vendiam os cd's, bonés e camisetas. Pedi uma camisa pra mim. Enquanto eu esperava o troco eu vi ali no meio o primeiro cd do Emicida, intitulado Pra Quem Já Mordeu Cachorro Por Comida Até Que Eu Cheguei Longe. Já tinha o escutado na íntegra por diversas vezes, porém ter o material original assim em sua mão é outra coisa. Peguei o troco e pedi o cd também. Hoje, depois de uns meses terem se passado, achei o cd e coloquei pra dar play. Prestei atenção nas letras, e mesmo já tendo ouvido mais de umas 15 ou 20 vezes cada faixa, descobri novas sacadas. Pensei comigo mesmo, tenho que escrever sobre este disco! E cá estou eu...
Desde a primeira faixa o disco já mostra sua cara. Abordando temas do cotidiano de um jovem de pouco mais de 20 anos, Emicida escreveu sobre si mesmo, sobre sua vida, sobre amor e diversas outros temas que se encaixaram muito bem em suas letras. São batidas criativas, com letras fundamentadas e nem tanta grana para a produção. O cd veio no encarte feito com papel pardo e todo impresso artesanalmente, inclusive o disco. Apesar de ser feito independentemente fez muito sucesso, conquistando admiradores e fãs pelo brasil. Comentarei sobre cada música da mix tape:
01 - (Intro) É Necessário voltar ao começo - Melhor introdução impossível! O cd já inicia com uma pancada. Com uma levada devagar e um instrumental bem suave, o mc acompanha as batidas também com uma voz suave. A letra sintetiza desde a ganância até o medo, falando sobre o cotidiano de um modo diferente. Uma letra muito abrangente, e que diz muita coisa que merece ser ouvida, termina com a frase que a batiza: "é necessário voltar ao começo".
02 - E.M.I.C.I.D.A (adoooro) - A segunda faixa fala do próprio Emicida, de um jeito um tanto quanto marrento/irreverente. Mostrando seu flow em meio a uma base bem empolgante, e com um bom refrão, a canção se tornou um dos primeiros sucessos da carreira do autor.
03 - Sozim - Outra música sobre o compositor, que no entanto vem na contramão da anterior. Traz consigo o sentimento de solidão de um jovem em meio a uma cidade cheia de pessoas. Uma faixa bem introspectiva e sincera, e ao mesmo tempo muito leve. Algo difícil de se ver na cena do Rap.
04 - Rotina - E seguindo na linha de canções sobre si mesmo, Emicida canta agora uma simples e curta. De maneira dinâmica, o poeta narra sua rotina de artista independente, trafegando seus pensamentos entre dias e a noites.
05 - Pra mim... (Isso é Viver) - Abordando agora as simplicidades que dão valor a vida, o artista apresenta outra música bem leve. Com rimas curtas e um instrumental agradável, a faixa não se estende muito.
06 - Ainda Ontem - Com uma pegada de samba na levada e no beat, Emicida canta ao lado de Rashid e Projota. Cada um escreve e canta sobre o freestyle, o estilo de improvisar no Rap, que os três rappers praticam com certa facilidade. Evandro Fióti canta no refrão da canção.
07- Pra Não Ter Tempo Ruim - Assim, mudando drasticamente a linha das músicas, esta chega ao ouvinte como um clamor do autor pelo quão desigual e preconceituoso o mundo está. A canção soa como um grito de libertação, enaltecido pela belíssima voz de Mariana Timbó que compõe o fundo (dizendo "a rua é nóis") e o refrão. Arrepiante combinação.
08 - Só Isso - Mais uma vez quebrando a sequência, Emicida apresenta uma das mais singelas canções do disco. Extremamente aprazível, o poeta brinca com as palavras e com as situações por ele construídas. Cita diversos grandes nomes da música nacional em cima de um instrumental marcado pelo ponteio doce de um violão. Bem simples, e ao mesmo tempo com uma letra bastante instruída. Destaque para a frase retratada antes do início da faixa.
09 - Vô Buscar Minha Fulô - A primeira das românticas. Mostra uma inocente rotina de um casal apaixonado. Também de pequena duração, parece vir para introduzir a faixa seguinte.
10 - Ela Diz - Cantado de maneira vagarosa, esse rap acentua a parte romântica do artista. Outra letra simples, porém esta se mostra muito mais meiga que as demais. Antecedida por "Vou Buscar Minha Fulô", dá a impressão de que o apaixonado da canção anterior se fascinou ainda mais pela mulher, e compôs uma das obras mais ilustres do disco.
11 - Por Deus Por Favor - Sabiamente sampleada da canção de mesmo nome de Nelson Sargento, porém a de Emicida parece ter um enredo ainda mais lúgubre. Narra de um modo austero e desnorteado, em terceira pessoa, um acidente de carro em que a vítima principal teria se tornado cadeirante.
12 - Preciso (Melô do Mundiko) - Seguindo na linha das canções sobre as coisas simples da vida, esta parece não tratar sobre a de Emicida. O eu-lírico conta sua história de amor, passando da paternidade á construção de um lar. Sempre intercedida pelo refrão repetitivo e introspectivo.
13 - A Cada Vento - Talvez a mais melodiosa do álbum. Uma musica idealista e esperançosa, com uma levada inspirada no reggae. Bem otimista, deixando de lado um pouco o sofrimento do rap. Como destaque, no refrão da faixa ouvimos a bela voz de Paulo.
14 - Sei Lá... - A com o ar mais leve das canções. Traz junto toda a musicalidade de Rael da Rima, que se encaixa muito bem na música toda. Com um instrumental bem suave, a letra trata de amor. Em especial de um fim de relacionamento.
15 - Cidadão - E novamente mudando da água pro vinho, a música desabafa o depoimento de quem habita a parte periférica da cidade. De pouca duração, mas que diz muita coisa. Sem refrão, só pedrada atrás de pedrada. E que no fim justifica o nome da faixa.
16 - Soldado Sem Bandeira - Uma das melhores bases da mixtape. Uma das melhores letras da mixtape. Apesar de poder ter sido melhor desenvolvida em termos de gravação, Emicida eleva a canção a outro patamar. Coloca os moradores das favelas no meio da guerra urbana, sem ter lado, sem lutar por ninguém. Mostra como esse confronto é comum na periferia. O sofrimento de quem é obrigado a conviver com os dois lados. Sem dúvidas vale play and replay.
17 - Vai Ser Rimando - A faixa já inspirou nome de um dos maiores sites de hip-hop atualmente. E fala do hip-hop também, mas principalmente do rap. De como esse estilo de música está presente na vida do autor. Das rimas e versos de Emicida, e de como o mc não irá desistir de expressar o que sente através de suas letras.
18 - Um, Dois, Três, Quatro - Com um flow fora de série, Emicida rima palavras em inglês, com português, com gírias, envolvendo as notas musicais no meio e termina com uma frase de efeito. Tudo isso para engrandecer o disco. E deu certo!
19 - Fica Mais Um Pouco Amor - A última de temática amorosa. Desta vez um amor que passou feito brisa. Dizendo que foi bom, porém passou. Música de malandro nato, com uma levada super gostosa.
20 - Outras Palavras - Uma das minhas preferidas. Caetano Veloso deve ter ficado orgulhoso de sua música servir de inspiração para essa obra-prima. Um instrumental ainda mais bem construído que a original de Caetano (que já é muito bonito). A letra consegue envolver diversas palavras, inclusive em inglês, numa velocidade impressionante. E sintetiza a vida de viagens constantes de quem vive de shows pelo país. Rael da Rima aparece de novo na mixtape, dando uma sonoridade ímpar; num som que é ímpar.
21 - Hey Rap! - Outra faixa para série de minhas preferidas. Para quem ama o Rap esta canção é de tocar o coração, encher os olhos de lágrimas e arrepiar qualquer vagabundo. Conta a história de quem vive o movimento hip-hop desde seu início, mas notou as mudanças de hoje. Cita diversas influências de discos, grupos, mc's, b-boys, entre outros. É a faixa que exalta a cultura hip-hop, e com uma dessas não tem como dizer que o gênero está em crise. Pra ser ouvida em último volume! E de preferência com uns mano no graffiti, outros no break, uns no mic e mais uns nos scrach...
22 - Essa É Pra Vc Primo... - Outro desabafo do Emicida. Esse vai para Dj Primo, seu amigo. Contando a revolta de um moleque ao perder seu parceiro, traz a tona o tema da morte no disco.Ao se atentar aos versos da canção, é possível sentir a emoção que essa música carrega. Um rap digno de aplausos! E que fecha uma trilogia de faixas que, na minha opinião, é o ponto mais alto da mixtape.
23 - Triunfo - O grande hit do rapper. Lançado como clipe antes na internet, levou Emicida ao reconhecimento. A música engrandece a vitória de cada um que luta, e conquista o almejado com o próprio suor. Com um jeitão mais orgulhoso, o autor conta em seus versos algumas de suas experiências. Um instrumental muito bem produzido como um todo. Deixando claro que "A Rua É Nóis, Nóis!".
24 - Eu Tô Bem - Com um som mais irreverente, mais solto, o cantor exalta as belezas da vida. Bem mais otimista do que em outras canções, mesmo citando ainda a pobreza. É uma música mais alegre, pra relaxar. Pra quem está, ou quer ficar "bem". Talvez tanta leveza nesse som fosse para compensar o próximo...
25 - Ooorra... (A Que Deu Nome a Mixtape) - E o gran finale fica por conta da faixa que batizou o cd. Mais uma de arrepiar. Conta a história do mc; que perdeu o pai cedo, cresceu na pobreza da periferia só com a mãe e os irmãos, quase submeteu tendência de ir pro crime e foi salvo pelo rap. Traz no refrão a parte mais tocante, que conta algumas experiências do autor. Orra, que som foda! Que história foda!
Resumindo, o rapper consegue mesclar composições de diversos temas, sem decair na qualidade. E mesmo com pouca grana, conseguiu fazer barulho na cidade de São Paulo, e no Brasil. Pra Quem Já Mordeu Cachorro Por Comida Até Que Eu Cheguei Longe impulsionou a carreira de Emicida, e o fez crescer muito profissionalmente. Uma mixtape para ser ouvida e re-ouvida diversas vezes. E que mesmo na capinha de papel, vou guardá-la como um tesouro em meu quarto.
Como diz a folhinha que acompanha o disco no encarte, o poder está na rua: A rua é nóis! Minha alma agradece. Valeu Emicida!

Desde a primeira faixa o disco já mostra sua cara. Abordando temas do cotidiano de um jovem de pouco mais de 20 anos, Emicida escreveu sobre si mesmo, sobre sua vida, sobre amor e diversas outros temas que se encaixaram muito bem em suas letras. São batidas criativas, com letras fundamentadas e nem tanta grana para a produção. O cd veio no encarte feito com papel pardo e todo impresso artesanalmente, inclusive o disco. Apesar de ser feito independentemente fez muito sucesso, conquistando admiradores e fãs pelo brasil. Comentarei sobre cada música da mix tape:
01 - (Intro) É Necessário voltar ao começo - Melhor introdução impossível! O cd já inicia com uma pancada. Com uma levada devagar e um instrumental bem suave, o mc acompanha as batidas também com uma voz suave. A letra sintetiza desde a ganância até o medo, falando sobre o cotidiano de um modo diferente. Uma letra muito abrangente, e que diz muita coisa que merece ser ouvida, termina com a frase que a batiza: "é necessário voltar ao começo".
02 - E.M.I.C.I.D.A (adoooro) - A segunda faixa fala do próprio Emicida, de um jeito um tanto quanto marrento/irreverente. Mostrando seu flow em meio a uma base bem empolgante, e com um bom refrão, a canção se tornou um dos primeiros sucessos da carreira do autor.
03 - Sozim - Outra música sobre o compositor, que no entanto vem na contramão da anterior. Traz consigo o sentimento de solidão de um jovem em meio a uma cidade cheia de pessoas. Uma faixa bem introspectiva e sincera, e ao mesmo tempo muito leve. Algo difícil de se ver na cena do Rap.
04 - Rotina - E seguindo na linha de canções sobre si mesmo, Emicida canta agora uma simples e curta. De maneira dinâmica, o poeta narra sua rotina de artista independente, trafegando seus pensamentos entre dias e a noites.
05 - Pra mim... (Isso é Viver) - Abordando agora as simplicidades que dão valor a vida, o artista apresenta outra música bem leve. Com rimas curtas e um instrumental agradável, a faixa não se estende muito.
06 - Ainda Ontem - Com uma pegada de samba na levada e no beat, Emicida canta ao lado de Rashid e Projota. Cada um escreve e canta sobre o freestyle, o estilo de improvisar no Rap, que os três rappers praticam com certa facilidade. Evandro Fióti canta no refrão da canção.
07- Pra Não Ter Tempo Ruim - Assim, mudando drasticamente a linha das músicas, esta chega ao ouvinte como um clamor do autor pelo quão desigual e preconceituoso o mundo está. A canção soa como um grito de libertação, enaltecido pela belíssima voz de Mariana Timbó que compõe o fundo (dizendo "a rua é nóis") e o refrão. Arrepiante combinação.
08 - Só Isso - Mais uma vez quebrando a sequência, Emicida apresenta uma das mais singelas canções do disco. Extremamente aprazível, o poeta brinca com as palavras e com as situações por ele construídas. Cita diversos grandes nomes da música nacional em cima de um instrumental marcado pelo ponteio doce de um violão. Bem simples, e ao mesmo tempo com uma letra bastante instruída. Destaque para a frase retratada antes do início da faixa.
09 - Vô Buscar Minha Fulô - A primeira das românticas. Mostra uma inocente rotina de um casal apaixonado. Também de pequena duração, parece vir para introduzir a faixa seguinte.
10 - Ela Diz - Cantado de maneira vagarosa, esse rap acentua a parte romântica do artista. Outra letra simples, porém esta se mostra muito mais meiga que as demais. Antecedida por "Vou Buscar Minha Fulô", dá a impressão de que o apaixonado da canção anterior se fascinou ainda mais pela mulher, e compôs uma das obras mais ilustres do disco.
11 - Por Deus Por Favor - Sabiamente sampleada da canção de mesmo nome de Nelson Sargento, porém a de Emicida parece ter um enredo ainda mais lúgubre. Narra de um modo austero e desnorteado, em terceira pessoa, um acidente de carro em que a vítima principal teria se tornado cadeirante.
12 - Preciso (Melô do Mundiko) - Seguindo na linha das canções sobre as coisas simples da vida, esta parece não tratar sobre a de Emicida. O eu-lírico conta sua história de amor, passando da paternidade á construção de um lar. Sempre intercedida pelo refrão repetitivo e introspectivo.
13 - A Cada Vento - Talvez a mais melodiosa do álbum. Uma musica idealista e esperançosa, com uma levada inspirada no reggae. Bem otimista, deixando de lado um pouco o sofrimento do rap. Como destaque, no refrão da faixa ouvimos a bela voz de Paulo.
14 - Sei Lá... - A com o ar mais leve das canções. Traz junto toda a musicalidade de Rael da Rima, que se encaixa muito bem na música toda. Com um instrumental bem suave, a letra trata de amor. Em especial de um fim de relacionamento.
15 - Cidadão - E novamente mudando da água pro vinho, a música desabafa o depoimento de quem habita a parte periférica da cidade. De pouca duração, mas que diz muita coisa. Sem refrão, só pedrada atrás de pedrada. E que no fim justifica o nome da faixa.
16 - Soldado Sem Bandeira - Uma das melhores bases da mixtape. Uma das melhores letras da mixtape. Apesar de poder ter sido melhor desenvolvida em termos de gravação, Emicida eleva a canção a outro patamar. Coloca os moradores das favelas no meio da guerra urbana, sem ter lado, sem lutar por ninguém. Mostra como esse confronto é comum na periferia. O sofrimento de quem é obrigado a conviver com os dois lados. Sem dúvidas vale play and replay.
17 - Vai Ser Rimando - A faixa já inspirou nome de um dos maiores sites de hip-hop atualmente. E fala do hip-hop também, mas principalmente do rap. De como esse estilo de música está presente na vida do autor. Das rimas e versos de Emicida, e de como o mc não irá desistir de expressar o que sente através de suas letras.
18 - Um, Dois, Três, Quatro - Com um flow fora de série, Emicida rima palavras em inglês, com português, com gírias, envolvendo as notas musicais no meio e termina com uma frase de efeito. Tudo isso para engrandecer o disco. E deu certo!
19 - Fica Mais Um Pouco Amor - A última de temática amorosa. Desta vez um amor que passou feito brisa. Dizendo que foi bom, porém passou. Música de malandro nato, com uma levada super gostosa.
20 - Outras Palavras - Uma das minhas preferidas. Caetano Veloso deve ter ficado orgulhoso de sua música servir de inspiração para essa obra-prima. Um instrumental ainda mais bem construído que a original de Caetano (que já é muito bonito). A letra consegue envolver diversas palavras, inclusive em inglês, numa velocidade impressionante. E sintetiza a vida de viagens constantes de quem vive de shows pelo país. Rael da Rima aparece de novo na mixtape, dando uma sonoridade ímpar; num som que é ímpar.
21 - Hey Rap! - Outra faixa para série de minhas preferidas. Para quem ama o Rap esta canção é de tocar o coração, encher os olhos de lágrimas e arrepiar qualquer vagabundo. Conta a história de quem vive o movimento hip-hop desde seu início, mas notou as mudanças de hoje. Cita diversas influências de discos, grupos, mc's, b-boys, entre outros. É a faixa que exalta a cultura hip-hop, e com uma dessas não tem como dizer que o gênero está em crise. Pra ser ouvida em último volume! E de preferência com uns mano no graffiti, outros no break, uns no mic e mais uns nos scrach...
22 - Essa É Pra Vc Primo... - Outro desabafo do Emicida. Esse vai para Dj Primo, seu amigo. Contando a revolta de um moleque ao perder seu parceiro, traz a tona o tema da morte no disco.Ao se atentar aos versos da canção, é possível sentir a emoção que essa música carrega. Um rap digno de aplausos! E que fecha uma trilogia de faixas que, na minha opinião, é o ponto mais alto da mixtape.
23 - Triunfo - O grande hit do rapper. Lançado como clipe antes na internet, levou Emicida ao reconhecimento. A música engrandece a vitória de cada um que luta, e conquista o almejado com o próprio suor. Com um jeitão mais orgulhoso, o autor conta em seus versos algumas de suas experiências. Um instrumental muito bem produzido como um todo. Deixando claro que "A Rua É Nóis, Nóis!".
24 - Eu Tô Bem - Com um som mais irreverente, mais solto, o cantor exalta as belezas da vida. Bem mais otimista do que em outras canções, mesmo citando ainda a pobreza. É uma música mais alegre, pra relaxar. Pra quem está, ou quer ficar "bem". Talvez tanta leveza nesse som fosse para compensar o próximo...
25 - Ooorra... (A Que Deu Nome a Mixtape) - E o gran finale fica por conta da faixa que batizou o cd. Mais uma de arrepiar. Conta a história do mc; que perdeu o pai cedo, cresceu na pobreza da periferia só com a mãe e os irmãos, quase submeteu tendência de ir pro crime e foi salvo pelo rap. Traz no refrão a parte mais tocante, que conta algumas experiências do autor. Orra, que som foda! Que história foda!
Resumindo, o rapper consegue mesclar composições de diversos temas, sem decair na qualidade. E mesmo com pouca grana, conseguiu fazer barulho na cidade de São Paulo, e no Brasil. Pra Quem Já Mordeu Cachorro Por Comida Até Que Eu Cheguei Longe impulsionou a carreira de Emicida, e o fez crescer muito profissionalmente. Uma mixtape para ser ouvida e re-ouvida diversas vezes. E que mesmo na capinha de papel, vou guardá-la como um tesouro em meu quarto.

Como diz a folhinha que acompanha o disco no encarte, o poder está na rua: A rua é nóis! Minha alma agradece. Valeu Emicida!
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Exame Nacional do Ensino Médio
Lá pro meio do ano, quando estava quase acabando o prazo para as inscrições ao o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), eu resolvi fazer a prova. Não estudei especificamente nada, e nem me esforcei o que poderia nos estudos em geral ao longo do ano. Me inscrevi mais para auto avaliação, e ver o que eu precisaria melhorar para o ano que vem.
Considerando que quase deixei de fazer a prova para ir a uma balada (o ingresso já estava comprado), até que foi tranquilo. Nunca tinha feito uma prova tão extensa, porém bastava ter concentração para realiza-la na íntegra.
A prova é bem feita, com textos retirados de diversos locais. Aliás, a grande característica do exame são os textos. São trechos sobre temas importantes, e não só componentes da matéria do ensino médio. Buscando despertar no estudante um senso crítico, os textos englobam desde notícias importantes, crônicas, obras literárias, letras de música, entrevistas á contos. Há também diversas tirinhas, anúncios de publicidade e imagens que servem de base a várias questões. Pode-se observar também um grande número de gráficos, tabelas e estatísticas na parte mais exata. Só senti falta de mapas na área de humanas.
No geral o ENEM foi muito bem elaborado. As questões pediam muito de interpretação e atentamento do realizante ao cotidiano. Cada vez menos levando a manjada decoreba das provas tradicionais. O aluno que fez o exame, teve antes de tudo, sua principal dificuldade no psicológico para se concentrar na resolução das questões e não se afobar com o tempo. Além de tudo, no segundo dia de provas foi necessário a elaboração de uma redação. O tema era sobre a imigração ao Brasil no Século XXI, surpreendendo a grande maioria de estudantes. Bastava redigir a dissertação com eloquência, apresentando o uso da norma padrão da língua portuguesa, não fugindo do tema proposto. Que aliás, este tema apesar de um pouco chato, é um assunto que poderá vir a tona em futuras discussões observando que o índice de imigrantes ao Brasil só tende a crescer.
Piadas do twitter á parte, dá para aprender bastante coisa no ENEM. O exame não é só para ser feito, e acompanhar seu próprio desempenho em relação aos outros. O exame é para ser relido em casa, com mais calma. Quem sabe até refeito por cada candidato. Há inúmeras informações em meio as questões, que contém uma grande abrangência, passando conhecimento sobre diversos assuntos importantes a quem realiza a prova.
Aprendizagens a parte, o ENEM tem o propósito principal de avaliar os alunos do Ensino Médio do Brasil. Há também quem faça o teste para concluí-lo. Mas a grande maioria dos prestantes, faz a prova com o intuito de ingressar em uma universidade federal. Acho que as universidades devem ter seus próprios critérios de admissão de estudantes, tendo por outros meios além do ENEM este egresso.
Presumo que não me saí mal nas provas, fui melhor do que imaginava. Agora é aguardar o fim do ano para ter esta certeza. Por aqui deixo meus parabéns ao MEC pelo sucesso do exame este ano! E encerro a postagem com a frase contida em meu caderno do primeiro dia: "Ler é descobrir-se na experiência do outro."
Até 2013.
Considerando que quase deixei de fazer a prova para ir a uma balada (o ingresso já estava comprado), até que foi tranquilo. Nunca tinha feito uma prova tão extensa, porém bastava ter concentração para realiza-la na íntegra.
A prova é bem feita, com textos retirados de diversos locais. Aliás, a grande característica do exame são os textos. São trechos sobre temas importantes, e não só componentes da matéria do ensino médio. Buscando despertar no estudante um senso crítico, os textos englobam desde notícias importantes, crônicas, obras literárias, letras de música, entrevistas á contos. Há também diversas tirinhas, anúncios de publicidade e imagens que servem de base a várias questões. Pode-se observar também um grande número de gráficos, tabelas e estatísticas na parte mais exata. Só senti falta de mapas na área de humanas.
No geral o ENEM foi muito bem elaborado. As questões pediam muito de interpretação e atentamento do realizante ao cotidiano. Cada vez menos levando a manjada decoreba das provas tradicionais. O aluno que fez o exame, teve antes de tudo, sua principal dificuldade no psicológico para se concentrar na resolução das questões e não se afobar com o tempo. Além de tudo, no segundo dia de provas foi necessário a elaboração de uma redação. O tema era sobre a imigração ao Brasil no Século XXI, surpreendendo a grande maioria de estudantes. Bastava redigir a dissertação com eloquência, apresentando o uso da norma padrão da língua portuguesa, não fugindo do tema proposto. Que aliás, este tema apesar de um pouco chato, é um assunto que poderá vir a tona em futuras discussões observando que o índice de imigrantes ao Brasil só tende a crescer.
Piadas do twitter á parte, dá para aprender bastante coisa no ENEM. O exame não é só para ser feito, e acompanhar seu próprio desempenho em relação aos outros. O exame é para ser relido em casa, com mais calma. Quem sabe até refeito por cada candidato. Há inúmeras informações em meio as questões, que contém uma grande abrangência, passando conhecimento sobre diversos assuntos importantes a quem realiza a prova.
Aprendizagens a parte, o ENEM tem o propósito principal de avaliar os alunos do Ensino Médio do Brasil. Há também quem faça o teste para concluí-lo. Mas a grande maioria dos prestantes, faz a prova com o intuito de ingressar em uma universidade federal. Acho que as universidades devem ter seus próprios critérios de admissão de estudantes, tendo por outros meios além do ENEM este egresso.
Presumo que não me saí mal nas provas, fui melhor do que imaginava. Agora é aguardar o fim do ano para ter esta certeza. Por aqui deixo meus parabéns ao MEC pelo sucesso do exame este ano! E encerro a postagem com a frase contida em meu caderno do primeiro dia: "Ler é descobrir-se na experiência do outro."
Até 2013.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Senhora
Então pela primeira vez vou falar aqui neste blog de um livro. O nome do romance é Senhora, que inclusive da nome ao post. De autoria de José Alencar, foi publicado em 1875, revolucionando a literatura da época.
Aurélia é uma jovem rica de 18 anos, solteira, e que mora numa mansão no centro da capital nacional na época, o Rio de Janeiro. A moça mora apenas com seus empregados, pois é órfã. A narrativa claramente idealiza as características dela, elevando suas qualidades. Essa forma de descrever personagens é romântica, estilo literário que predominava na época. O livro divide-se em 4 grandes partes, não obedecendo uma ordem exata de tempo.
Na primeira parte a jovem Aurélia Camargo pede a seu tio Lemos para que ofereça uma quantia alta de dinheiro para que Fernando Seixas, um jovem que voltara de viagem do nordeste, se case com ela. Porém ela não permite que o tio revele a Seixas a identidade de quem lhe oferecera este dote tão alto pela união. O rapaz acaba aceitando, mesmo sem saber com quem iria se casar. Seixas não era rico, mas ostentava como se tivesse dinheiro. A má situação financeira da família, o fez aceitar o dote de 100 contos de réis. Os dois se casam, entretanto na noite de núpcias Aurélia explica ao então marido o motivo desta "compra". Ela prova para si mesmo sua tese do quão mercenário Fernando era.
Assim na segunda parte o autor relata a vida de ambos antes deste casamento. Aurélia foi uma moça muito pobre, que morava apenas com a mãe e o irmão. Seu pai nunca reconhecera a paternidade. Até que após a morte de seu irmão e quando sua mãe já estava em estado grave de saúde, o pai do pai da moça resolve finalmente reconhecê-la como neta, e lhe dá o que é de direito. Seu avô por parte de pai era um grande fazendeiro, e a concedeu uma grande quantia de dinheiro. Já Fernando era pobre, juntamente com suas irmãs. Ninguém havia arranjado casamento. Foi justamente nesta época em que os dois eram pobres, que acabaram se apaixonando. Aurélia não queria se casar com qualquer rapaz rico por causa do dinheiro que receberia de dote. Sua mãe insistia o contrário. Fernando já frequentava a casa de Aurélia. Parecia realmente que iriam se casar, porém outra moça ofereceu ao rapaz uma quantia de dinheiro pelo seu casamento. E mesmo sem amá-la, Fernando aceitou. Deixando Aurélia em grande desilusão.
Já na terceira parte o livro volta a atualidade. Aurélia mostra toda a sua ironia e seu sarcasmo com Seixas. Faz o moço se arrastar por ela, jogando lhe na cara sempre que havia o comprado. O casamento era de fachada. Não tinha sentimento mais entre os dois. Porém quem os visse podia jurar que eram um casal de apaixonados, devido ao tamanho cinismo da moça. Esta era a vingança de Aurélia, pelo o que Seixas fez com ela ano passado. E esta tal sede de vingança parecia não saciar nunca.
Por fim na última parte Fernando já se mostrava claramente desolado, mudando seu comportamento. Ele havia mudado seu jeito de se vestir (com bem mais modéstia quando antes não tinha dinheiro) e de trabalhar (não faltando mais na redação onde trabalhava). Aurélia as vezes entre suas dissimulações e cinismos, mostrava ser dócil e gentil. Alterando constantemente seu temperamento, mas nunca perdendo a elegância que lhe é de costume. E é nesta parte que Seixas termina de juntar dinheiro e paga a Aurélia o que havia recebido para se casar com a moça, "comprando" assim sua liberdade. A esposa vingativa se separa do marido mercenário, para então retornar o casal de apaixonados. Aurélia revela o seu amor ainda por Fernando, que agora sim a corresponde ao coração da moça. O final entre os dois é feliz.
Pode se dizer que José Alencar foi muito criativo na criação desta história. O cenário do romance era o Rio de Janeiro do século XIX, em que o autor critica os costumes da sociedade da época. Uma sociedade na qual o casamento para muitos era apenas a oportunidade de se fazer dinheiro. Alencar também constitui uma personagem voraz, determinada e muito inteligente. Aurélia se destoava das mulheres desta época, que as vezes só cuidavam de seus filhos e de seus maridos.
Há diversas frases bonitas, com um palavreado difícil para o leitor contemporâneo. Adjetivos que engrandecem não só as personagens, mas também a obra quando bem empregados. Não é um romance longo, por isso não é difícil de se ler. É envolvente e intrigante, gostoso de se descobrir pouco a pouco as características e os detalhes da história. Um pouco burocrático é verdade, mas muito bem feito. Bela indicação de leitura para quem gosta de literatura!
Aurélia é uma jovem rica de 18 anos, solteira, e que mora numa mansão no centro da capital nacional na época, o Rio de Janeiro. A moça mora apenas com seus empregados, pois é órfã. A narrativa claramente idealiza as características dela, elevando suas qualidades. Essa forma de descrever personagens é romântica, estilo literário que predominava na época. O livro divide-se em 4 grandes partes, não obedecendo uma ordem exata de tempo.

Na primeira parte a jovem Aurélia Camargo pede a seu tio Lemos para que ofereça uma quantia alta de dinheiro para que Fernando Seixas, um jovem que voltara de viagem do nordeste, se case com ela. Porém ela não permite que o tio revele a Seixas a identidade de quem lhe oferecera este dote tão alto pela união. O rapaz acaba aceitando, mesmo sem saber com quem iria se casar. Seixas não era rico, mas ostentava como se tivesse dinheiro. A má situação financeira da família, o fez aceitar o dote de 100 contos de réis. Os dois se casam, entretanto na noite de núpcias Aurélia explica ao então marido o motivo desta "compra". Ela prova para si mesmo sua tese do quão mercenário Fernando era.
Assim na segunda parte o autor relata a vida de ambos antes deste casamento. Aurélia foi uma moça muito pobre, que morava apenas com a mãe e o irmão. Seu pai nunca reconhecera a paternidade. Até que após a morte de seu irmão e quando sua mãe já estava em estado grave de saúde, o pai do pai da moça resolve finalmente reconhecê-la como neta, e lhe dá o que é de direito. Seu avô por parte de pai era um grande fazendeiro, e a concedeu uma grande quantia de dinheiro. Já Fernando era pobre, juntamente com suas irmãs. Ninguém havia arranjado casamento. Foi justamente nesta época em que os dois eram pobres, que acabaram se apaixonando. Aurélia não queria se casar com qualquer rapaz rico por causa do dinheiro que receberia de dote. Sua mãe insistia o contrário. Fernando já frequentava a casa de Aurélia. Parecia realmente que iriam se casar, porém outra moça ofereceu ao rapaz uma quantia de dinheiro pelo seu casamento. E mesmo sem amá-la, Fernando aceitou. Deixando Aurélia em grande desilusão.
Já na terceira parte o livro volta a atualidade. Aurélia mostra toda a sua ironia e seu sarcasmo com Seixas. Faz o moço se arrastar por ela, jogando lhe na cara sempre que havia o comprado. O casamento era de fachada. Não tinha sentimento mais entre os dois. Porém quem os visse podia jurar que eram um casal de apaixonados, devido ao tamanho cinismo da moça. Esta era a vingança de Aurélia, pelo o que Seixas fez com ela ano passado. E esta tal sede de vingança parecia não saciar nunca.
Por fim na última parte Fernando já se mostrava claramente desolado, mudando seu comportamento. Ele havia mudado seu jeito de se vestir (com bem mais modéstia quando antes não tinha dinheiro) e de trabalhar (não faltando mais na redação onde trabalhava). Aurélia as vezes entre suas dissimulações e cinismos, mostrava ser dócil e gentil. Alterando constantemente seu temperamento, mas nunca perdendo a elegância que lhe é de costume. E é nesta parte que Seixas termina de juntar dinheiro e paga a Aurélia o que havia recebido para se casar com a moça, "comprando" assim sua liberdade. A esposa vingativa se separa do marido mercenário, para então retornar o casal de apaixonados. Aurélia revela o seu amor ainda por Fernando, que agora sim a corresponde ao coração da moça. O final entre os dois é feliz.

(José de Alencar)
Pode se dizer que José Alencar foi muito criativo na criação desta história. O cenário do romance era o Rio de Janeiro do século XIX, em que o autor critica os costumes da sociedade da época. Uma sociedade na qual o casamento para muitos era apenas a oportunidade de se fazer dinheiro. Alencar também constitui uma personagem voraz, determinada e muito inteligente. Aurélia se destoava das mulheres desta época, que as vezes só cuidavam de seus filhos e de seus maridos.
Há diversas frases bonitas, com um palavreado difícil para o leitor contemporâneo. Adjetivos que engrandecem não só as personagens, mas também a obra quando bem empregados. Não é um romance longo, por isso não é difícil de se ler. É envolvente e intrigante, gostoso de se descobrir pouco a pouco as características e os detalhes da história. Um pouco burocrático é verdade, mas muito bem feito. Bela indicação de leitura para quem gosta de literatura!
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Eleições 2012 - Acorda Brasil
Um pouco atrasado (mas nem tanto) venho aqui comentar sobre as eleições municipais de 2012. No último dia 7 de outubro ocorreram em todos as cidade brasileiras a eleição democrática de cargos públicos para prefeito e vereadores. Abaixo coloquei algumas sugestões minhas a política nacional, mesclando-as com charges, imagens e vídeos. Leia caro meu amigo interessado em gestão pública, e partilhe sua opinião nos comentários.
Não acompanhei a eleição em todos os municípios brasileiros (e nem se eu quisesse acompanhar conseguiria), mas vi alguns resultados de cidades mais próximas a mim e a minha vida pessoal. Acredito que a população tem mudado um pouco sobre seu voto. Partidos tradicionais aos poucos estão perdendo algumas prefeituras para partidos menores. Então formei minha opinião sobre o cenário político atual deste país.
Acho totalmente desnecessária esta quantidade exagerada de partidos políticos, sendo muitos deles sem ideais e metas, existindo apenas para servir de base a partidos maiores, os cedendo tempo de propaganda política gratuita. Assim os quase 30 partidos políticos revezam entre si apoio em diferentes coligações variando conforme a cidade brasileira. Particularmente acho que deveria haver um reforma política nacional envolvendo todos partidos, militantes e políticos.
Em São Paulo a disputa se concentrou entre os candidatos do PRB (Celso Russomano), do PT (Fernando Haddad) e do PSDB (José Serra) que obtiveram um índice de votos bem expressivo. Serra é conhecido da população paulista, já foi prefeito e governador. Era o favorito antes das pesquisas (as quais eu não confio e muito menos baseio o meu voto em seus resultados), porém chegou a oscilar até o resultado final em que foi levado ao 2º turno. O desconhecido Haddad foi apresentado ao povo através da força política de seu partido, e aos poucos foi conquistando os votos dos eleitores paulistanos até chegar ao segundo turno. Já Russomano é um candidato rodado por vários partidos, um conhecido apresentador de programas apelativos e populistas, na qual buscou através de sua fama de bom moço ser o prefeito da cidade.
O resultado é que PT e PSDB novamente decidirão uma prefeitura em segundo turno. Porém este cenário por pouco não ocorreu. Talvez farta desta polarização entre os dois partidos, a população distribuiu seus votos a candidatos tidos como bonitões ou salvadores dos problemas da cidade; como Russomano e Chalita. Soninha Francine (PPS) até alcançou melhor votação, mas continuou sem muita expressão nesta eleição. Já Giannazi (PSOL), Paulinho da Força (PDT), Levy Fidelix (PRTB), Ana Luiza (PSTU), Miguel (PPL), Eymael (PSDC) e Anaí Caproni (PCO) obtiveram fraco retorno nas urnas. Isto é o retrato do excesso de partidos no país, que geram muitas vezes pouca visibilidade a pequenos, porém sérios, partidos políticos. Uma imensa maioria dos eleitores da cidade desconhecem os candidatos por um todo, se lembrando apenas daqueles que mantêm uma articulação com a mídia, um maior tempo na tv e um investimento econômico superior na campanha. É visível que o povo quer acabar com essa polarização entre tucanos e petistas, mas que escolheu sem critério político os primeiros candidatos que apareceram na mídia, se esquecendo os de menor expressão, porém com boas idéias e propostas a cidade também.
Assim fica praticamente impossível eleger um prefeito em grandes cidades sem o apoio midiático, de outros partidos (mesmo que contra alguns princípios do partido do candidato) e sem uma grande verba. O eleitorado tem que selecionar melhor seu voto. Pode parecer clichê, e é, entretanto não se pode permanecer na mesma situação política do país. O voto precisa ser facultativo para TODA a população. O cidadão vota se quiser. Assim evitamos que muitas vezes aquele eleitor que vota só por obrigação desperdice seu voto com algum candidato qualquer, que ele tenha ouvido falar mais na tv.
Isso acontece principalmente com candidatos a vereadores. O eleitor muitas vezes acaba votando no primo do pai do melhor amigo de infância do vizinho da sogra dele somente por achar que seu candidato é uma boa pessoa, e desprezando suas ideias na política. As vezes nem conhece o candidato. Deveríamos votar para quem quisermos, e em qual cargo quisermos, e o mais importante: se quisermos. A obrigação torna a política mais chata e burocrática do que já é. Dificilmente um cidadão se interessaria por ela sem nenhum incentivo, e pela sua má repercussão de seus políticos. Despejando na urna posteriormente seu voto em qualquer um, descrendo ter o poder de escolher o futuro da cidade em que vive.
E o principal eu deixei para o final. É inimaginável que ainda não temos a política como matéria no ensino público. Que cidadãos estamos formando? Como um jovem sai da escola sem saber o norte da gestão pública em seu país? A educação e a política andam juntas! Não se pode deixar que saiam do ensino médio um brasileiro sem uma noção básica da política e sua história. Mas como todos já sabemos, nada disso ocorre pelo desinteresse dos encarregados: OS POLÍTICOS. Qual deputado iria favorecer o ensino público para melhorar o voto do eleitor no próximo pleito? Os do Brasil não, já que ganham com essa ingenuidade do povo.
O povo também pode ajudar muito, ao escolher melhor seus candidatos e acompanhar seu trabalho caso eleito. Gostar de política. E para quem não gosta, para que votar? Era nessa democracia que eu gostaria de viver!
Em São Paulo apoiaria as ideias de Carlos Giannazi do PSOL, que se trata de um partido de esquerda muito sério e pé no chão. Porém como no segundo turno estão somente os vermelhos e os azuis, fico na torcida para que Haddad leve essa, e não deixe a prefeitura novamente nas mãos de Serra.
Não acompanhei a eleição em todos os municípios brasileiros (e nem se eu quisesse acompanhar conseguiria), mas vi alguns resultados de cidades mais próximas a mim e a minha vida pessoal. Acredito que a população tem mudado um pouco sobre seu voto. Partidos tradicionais aos poucos estão perdendo algumas prefeituras para partidos menores. Então formei minha opinião sobre o cenário político atual deste país.
Acho totalmente desnecessária esta quantidade exagerada de partidos políticos, sendo muitos deles sem ideais e metas, existindo apenas para servir de base a partidos maiores, os cedendo tempo de propaganda política gratuita. Assim os quase 30 partidos políticos revezam entre si apoio em diferentes coligações variando conforme a cidade brasileira. Particularmente acho que deveria haver um reforma política nacional envolvendo todos partidos, militantes e políticos.
Em São Paulo a disputa se concentrou entre os candidatos do PRB (Celso Russomano), do PT (Fernando Haddad) e do PSDB (José Serra) que obtiveram um índice de votos bem expressivo. Serra é conhecido da população paulista, já foi prefeito e governador. Era o favorito antes das pesquisas (as quais eu não confio e muito menos baseio o meu voto em seus resultados), porém chegou a oscilar até o resultado final em que foi levado ao 2º turno. O desconhecido Haddad foi apresentado ao povo através da força política de seu partido, e aos poucos foi conquistando os votos dos eleitores paulistanos até chegar ao segundo turno. Já Russomano é um candidato rodado por vários partidos, um conhecido apresentador de programas apelativos e populistas, na qual buscou através de sua fama de bom moço ser o prefeito da cidade.

O resultado é que PT e PSDB novamente decidirão uma prefeitura em segundo turno. Porém este cenário por pouco não ocorreu. Talvez farta desta polarização entre os dois partidos, a população distribuiu seus votos a candidatos tidos como bonitões ou salvadores dos problemas da cidade; como Russomano e Chalita. Soninha Francine (PPS) até alcançou melhor votação, mas continuou sem muita expressão nesta eleição. Já Giannazi (PSOL), Paulinho da Força (PDT), Levy Fidelix (PRTB), Ana Luiza (PSTU), Miguel (PPL), Eymael (PSDC) e Anaí Caproni (PCO) obtiveram fraco retorno nas urnas. Isto é o retrato do excesso de partidos no país, que geram muitas vezes pouca visibilidade a pequenos, porém sérios, partidos políticos. Uma imensa maioria dos eleitores da cidade desconhecem os candidatos por um todo, se lembrando apenas daqueles que mantêm uma articulação com a mídia, um maior tempo na tv e um investimento econômico superior na campanha. É visível que o povo quer acabar com essa polarização entre tucanos e petistas, mas que escolheu sem critério político os primeiros candidatos que apareceram na mídia, se esquecendo os de menor expressão, porém com boas idéias e propostas a cidade também.
Assim fica praticamente impossível eleger um prefeito em grandes cidades sem o apoio midiático, de outros partidos (mesmo que contra alguns princípios do partido do candidato) e sem uma grande verba. O eleitorado tem que selecionar melhor seu voto. Pode parecer clichê, e é, entretanto não se pode permanecer na mesma situação política do país. O voto precisa ser facultativo para TODA a população. O cidadão vota se quiser. Assim evitamos que muitas vezes aquele eleitor que vota só por obrigação desperdice seu voto com algum candidato qualquer, que ele tenha ouvido falar mais na tv.

Isso acontece principalmente com candidatos a vereadores. O eleitor muitas vezes acaba votando no primo do pai do melhor amigo de infância do vizinho da sogra dele somente por achar que seu candidato é uma boa pessoa, e desprezando suas ideias na política. As vezes nem conhece o candidato. Deveríamos votar para quem quisermos, e em qual cargo quisermos, e o mais importante: se quisermos. A obrigação torna a política mais chata e burocrática do que já é. Dificilmente um cidadão se interessaria por ela sem nenhum incentivo, e pela sua má repercussão de seus políticos. Despejando na urna posteriormente seu voto em qualquer um, descrendo ter o poder de escolher o futuro da cidade em que vive.

E o principal eu deixei para o final. É inimaginável que ainda não temos a política como matéria no ensino público. Que cidadãos estamos formando? Como um jovem sai da escola sem saber o norte da gestão pública em seu país? A educação e a política andam juntas! Não se pode deixar que saiam do ensino médio um brasileiro sem uma noção básica da política e sua história. Mas como todos já sabemos, nada disso ocorre pelo desinteresse dos encarregados: OS POLÍTICOS. Qual deputado iria favorecer o ensino público para melhorar o voto do eleitor no próximo pleito? Os do Brasil não, já que ganham com essa ingenuidade do povo.

O povo também pode ajudar muito, ao escolher melhor seus candidatos e acompanhar seu trabalho caso eleito. Gostar de política. E para quem não gosta, para que votar? Era nessa democracia que eu gostaria de viver!
Aqui exponho um vídeo no qual achei na internet muito interessante, mostrando de forma irreverente o modo como os candidatos buscam a qualquer curso iludir o eleitor em seu horário político (que inclusive também deveria ser totalmente reformulado!):
Em São Paulo apoiaria as ideias de Carlos Giannazi do PSOL, que se trata de um partido de esquerda muito sério e pé no chão. Porém como no segundo turno estão somente os vermelhos e os azuis, fico na torcida para que Haddad leve essa, e não deixe a prefeitura novamente nas mãos de Serra.
"NO DIA EM QUE ACORDARMOS, OS GOVERNANTES NÃO IRÃO MAIS DORMIR!"
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Dom
Outra madrugada em claro que passei para ver um filme nacional. Virou rotina agora eu ver Sessão Brasil na noite de segunda pra terça, e depois comentar o filme aqui. O da vez foi Dom, primeiro longa de Moacyr Goés, que é baseado no clássico da literatura nacional, de Machado de Assis: Dom Casmurro.
Os pais de Bento (Marcos Palmeira) resolvem homenagear o consagrado escritor brasileiro e o batizaram assim devido ao protagonista do livro, o Bentinho. Após tanto justificar seu nome de batismo, Bento passou a manter uma ideia fixa de que iria viver a história de Dom Casmurro. O rapaz morava no Rio de Janeiro, e ganhou o apelido de Dom justamente pela personagem principal do livro. Lá conheceu quando criança, Ana (Maria Fernanda Cândido), e passou a chamá-la de Capitu, devido a fixação pelo livro machadiano. Os dois viveram uma breve paixão de infância, interrompida pela mudança da família de Bento para São Paulo.

Bento cursou engenharia, e lá fez seu melhor amigo; Miguel (Bruno Garcia). Miguel não concluiu o curso, para se dedicar a carreira de cineasta. Assim convidou Bento para acompanhar uma gravação sua no estúdio de filmagem. Lá Dom reencontrou Ana, que se tornara uma atriz muito bonita. A paixão pela moça reascende em Bento, que se aproxima da moça. Os dois relembram os tempos de criança, no entanto são afastados novamente pela distância (já que Ana ainda morava no Rio de Janeiro). Dom se viu apaixonado novamente e embarca de surpresa num voo para a capital carioca, a fim de encontrá-la. Apesar de ambos estarem em um relacionamento com alguém, acabam se beijando e provando que seria inevitável ignorar a paixão antiga. Não demora muito para o casal ficar junto, e se mudar definitivamente para São Paulo.
Os dois são bem felizes no início, porém ao longo do tempo Bento vem demonstrando seu ciúme de Miguel, que cada vez mais se aproxima do casal apaixonado. Ana engravida, e o ciúme de Dom só aumenta. Além de muito ciumento, ele não quer que sua amada trabalhe. Ana então o contraria, e começa a gravar um filme com a direção de Miguel. O ciúme de Bento ia ficando cada vez mais incontrolável, afetando seu psicológico. O casal então briga diversas vezes, tendo como assunto principal das discussões o amigo de Dom: Miguel. Ana resolve partir com seu filho, deixando o marido após o mesmo fazer um exame de DNA para confirmar sua paternidade. No caminho Ana sofre um acidente de carro e acaba falecendo, entretanto seu filho acaba sobrevivendo á tragédia. O filme encerra-se com Bento junto ao filho, sem saber se realmente é o pai da criança, pois queimara o resultado do exame.
A intenção do diretor ao se inspirar no clássico de Machado de Assis foi boa, porém não é sinônimo de sucesso. O longa-metragem é regular. É nitidamente uma releitura de Dom Casmurro que segue á risca a linha do livro. Tendo como foco principal o ciúme de Bento, o filme acaba deixando de lado muita coisa presente no livro. Acho que o Moacyr imprimiu no filme sua opinião sobre o livro de Machado, em que Bentinho provavelmente não teria sido traído por Capitu, e sim ter fantasiado todo esse adultério. Logicamente que os roteristas não possuem o talento de Machado de Assis, deixando muito a desejar em relação a obra do mestre da literatura nacional. Mesmo assim vale acompanhar e se envolver na história, para no final ter a "certeza" de que Bento não foi traído. Já no livro, esta "certeza" é bem mais incerta. Felizmente!
Os pais de Bento (Marcos Palmeira) resolvem homenagear o consagrado escritor brasileiro e o batizaram assim devido ao protagonista do livro, o Bentinho. Após tanto justificar seu nome de batismo, Bento passou a manter uma ideia fixa de que iria viver a história de Dom Casmurro. O rapaz morava no Rio de Janeiro, e ganhou o apelido de Dom justamente pela personagem principal do livro. Lá conheceu quando criança, Ana (Maria Fernanda Cândido), e passou a chamá-la de Capitu, devido a fixação pelo livro machadiano. Os dois viveram uma breve paixão de infância, interrompida pela mudança da família de Bento para São Paulo.

Bento cursou engenharia, e lá fez seu melhor amigo; Miguel (Bruno Garcia). Miguel não concluiu o curso, para se dedicar a carreira de cineasta. Assim convidou Bento para acompanhar uma gravação sua no estúdio de filmagem. Lá Dom reencontrou Ana, que se tornara uma atriz muito bonita. A paixão pela moça reascende em Bento, que se aproxima da moça. Os dois relembram os tempos de criança, no entanto são afastados novamente pela distância (já que Ana ainda morava no Rio de Janeiro). Dom se viu apaixonado novamente e embarca de surpresa num voo para a capital carioca, a fim de encontrá-la. Apesar de ambos estarem em um relacionamento com alguém, acabam se beijando e provando que seria inevitável ignorar a paixão antiga. Não demora muito para o casal ficar junto, e se mudar definitivamente para São Paulo.
Os dois são bem felizes no início, porém ao longo do tempo Bento vem demonstrando seu ciúme de Miguel, que cada vez mais se aproxima do casal apaixonado. Ana engravida, e o ciúme de Dom só aumenta. Além de muito ciumento, ele não quer que sua amada trabalhe. Ana então o contraria, e começa a gravar um filme com a direção de Miguel. O ciúme de Bento ia ficando cada vez mais incontrolável, afetando seu psicológico. O casal então briga diversas vezes, tendo como assunto principal das discussões o amigo de Dom: Miguel. Ana resolve partir com seu filho, deixando o marido após o mesmo fazer um exame de DNA para confirmar sua paternidade. No caminho Ana sofre um acidente de carro e acaba falecendo, entretanto seu filho acaba sobrevivendo á tragédia. O filme encerra-se com Bento junto ao filho, sem saber se realmente é o pai da criança, pois queimara o resultado do exame.
A intenção do diretor ao se inspirar no clássico de Machado de Assis foi boa, porém não é sinônimo de sucesso. O longa-metragem é regular. É nitidamente uma releitura de Dom Casmurro que segue á risca a linha do livro. Tendo como foco principal o ciúme de Bento, o filme acaba deixando de lado muita coisa presente no livro. Acho que o Moacyr imprimiu no filme sua opinião sobre o livro de Machado, em que Bentinho provavelmente não teria sido traído por Capitu, e sim ter fantasiado todo esse adultério. Logicamente que os roteristas não possuem o talento de Machado de Assis, deixando muito a desejar em relação a obra do mestre da literatura nacional. Mesmo assim vale acompanhar e se envolver na história, para no final ter a "certeza" de que Bento não foi traído. Já no livro, esta "certeza" é bem mais incerta. Felizmente!
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
O Homem do Futuro
Venho-lhes mais uma vez a comentar sobre um filme nacional neste blog. Desta vez porém, não são somente elogios. Pelo contrário, é o primeiro filme brasileiro que comento aqui no qual eu não gostei do resultado por completo. Datado de 2011, o longa de Cláudio Torres apresenta uma história fantástica sobre um cientista super bem-sucedido economicamente, mas que por sua vez tem em seu passado uma grande desilusão amorosa. Tipicamente clichê de filmes internacionais.
João, o Zero (Wagner Moura), é estressado e um pouco biruta, sendo um professor universitário que paralelamente desenvolveu um acelerador de partículas "escondido" em sua universidade na qual trabalha. Com auxílio de Sandra (Maria Luiza Mendonça), sua amiga da época da faculdade, que financiou todo este empreendimento. Por meio de flashback alguns trechos da adolescência do cientista são relembrados ao poucos, até que Zero resolve testar pessoalmente sua invenção. Ele volta 20 anos ao passado para tentar mudar justamente a parte de sua história que lhe incomodava: a vergonha que passara no palco de uma festa da turma de sua faculdade, provocada por Helena (Aline Moraes) pela qual Zero era, e ainda é, perdidamente apaixonado.

Ao modificar o passado e evitar a vergonha que o jovem tinha se traumatizado, Zero achou que ficaria com Helena tendo um "final feliz" assim que voltasse a sua época normal. Entretanto ele não esperava que sua vida no futuro iria se modificar por completa, e que sua relação com Helena já teria se encerrado por próprios erros. Zero viu que quando alterou seu passado, consquentemente seu futuro também mudou. Tinha se tornado um dos homens mais ricos do mundo, e mantinha em segredo também um acelerador de partículas, de autoria de sua amiga pessoal e então parceira em seu negócio; Sandra.
Novamente então o rapaz voltou a exatamente 20 anos atrás, e enfrentou novos problemas para modificar outra vez o passado. De maneira com que o filme ia se tornando um pouco cansativo, Zero ia contracenando com diversas personagens de sua vida na tal festa de faculdade. No fim Helena acaba por beijar o Zero do futuro, e confiar que em exatos 20 anos o casal se encontraria novamente para então sim se tornarem "felizes para sempre". O passado foi concertado, Zero continuava um cientista, que corria para cumprir o combinado de encontrar Helena em duas décadas. Eles se encontram no aeroporto, se beijam e começam a viver finalmente a história de amor, tão comum em filmes de jovens, entre o nerd e a menina popular.

João e Helena parecem finalmente terem conseguido a tal felicidade, conciliando a carreira profissional com a vida amorosa. O filme entretanto, é muito previsível e as vezes burocrático. Toma em determinadas partes um ritmo cansativo e previsível. A história já de conhecimento popular. Um homem que retorna ao passado para tentar mudar seu presente e acaba alterando coisas demais. A menina popular que humilha o garoto estudioso na faculdade. Há também uma pequena presença de humor, que poderia ser melhor explorada já que o longa não possui uma qualidade superior. Enquanto o roteiro pode-se dizer que é famigerado, os efeitos do filme são bons. O encontro das personagens interpretadas por Wagner Moura (que aliás sobra em diversas cenas) parece bem real. Houveram no ano passado alguns filmes nacionais de boa qualidade, dignos de premiações. O Homem do Futuro certamente não é um deles. Apenas se trata de um filme para entreter o telespectador da televisão, logo após ao almoço de domingo.
João, o Zero (Wagner Moura), é estressado e um pouco biruta, sendo um professor universitário que paralelamente desenvolveu um acelerador de partículas "escondido" em sua universidade na qual trabalha. Com auxílio de Sandra (Maria Luiza Mendonça), sua amiga da época da faculdade, que financiou todo este empreendimento. Por meio de flashback alguns trechos da adolescência do cientista são relembrados ao poucos, até que Zero resolve testar pessoalmente sua invenção. Ele volta 20 anos ao passado para tentar mudar justamente a parte de sua história que lhe incomodava: a vergonha que passara no palco de uma festa da turma de sua faculdade, provocada por Helena (Aline Moraes) pela qual Zero era, e ainda é, perdidamente apaixonado.

Ao modificar o passado e evitar a vergonha que o jovem tinha se traumatizado, Zero achou que ficaria com Helena tendo um "final feliz" assim que voltasse a sua época normal. Entretanto ele não esperava que sua vida no futuro iria se modificar por completa, e que sua relação com Helena já teria se encerrado por próprios erros. Zero viu que quando alterou seu passado, consquentemente seu futuro também mudou. Tinha se tornado um dos homens mais ricos do mundo, e mantinha em segredo também um acelerador de partículas, de autoria de sua amiga pessoal e então parceira em seu negócio; Sandra.
Novamente então o rapaz voltou a exatamente 20 anos atrás, e enfrentou novos problemas para modificar outra vez o passado. De maneira com que o filme ia se tornando um pouco cansativo, Zero ia contracenando com diversas personagens de sua vida na tal festa de faculdade. No fim Helena acaba por beijar o Zero do futuro, e confiar que em exatos 20 anos o casal se encontraria novamente para então sim se tornarem "felizes para sempre". O passado foi concertado, Zero continuava um cientista, que corria para cumprir o combinado de encontrar Helena em duas décadas. Eles se encontram no aeroporto, se beijam e começam a viver finalmente a história de amor, tão comum em filmes de jovens, entre o nerd e a menina popular.

João e Helena parecem finalmente terem conseguido a tal felicidade, conciliando a carreira profissional com a vida amorosa. O filme entretanto, é muito previsível e as vezes burocrático. Toma em determinadas partes um ritmo cansativo e previsível. A história já de conhecimento popular. Um homem que retorna ao passado para tentar mudar seu presente e acaba alterando coisas demais. A menina popular que humilha o garoto estudioso na faculdade. Há também uma pequena presença de humor, que poderia ser melhor explorada já que o longa não possui uma qualidade superior. Enquanto o roteiro pode-se dizer que é famigerado, os efeitos do filme são bons. O encontro das personagens interpretadas por Wagner Moura (que aliás sobra em diversas cenas) parece bem real. Houveram no ano passado alguns filmes nacionais de boa qualidade, dignos de premiações. O Homem do Futuro certamente não é um deles. Apenas se trata de um filme para entreter o telespectador da televisão, logo após ao almoço de domingo.
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