Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

#DesafioDia23

Por fim, encerrando a bagaça, chego a última postagem da série sobre minha última semana, tão desafiadora. Agora, além de postar os acontecimentos/reflexões do dia, vou agregar à publicação, lá no final, um resumão de todos os itens do desafio.

Como o texto que li é sobre Vinícius, o poema de hoje não poderia ser de autor diferente. Balada das Duas Mocinhas de Botafogo trata-se de um poema com jeito de conto. Um poema sem rimas, mas muito bem ritmado. E envolvente. Poético ao máximo, romântico ao estilo do Poetinha. Conta-se a história de duas irmãs de Botafogo, carentes de amor e família,  que acabam tendo no sexo fácil uma forma de conquista e passa-tempo. As estrofes mostram como as duas eram unidas, amantes da noite; e como eram mal julgadas pela sociedade ao seu redor. Principalmente pelos homens. A vida de ambas prosseguia infeliz, sem sonhos. Numa noitada qualquer, elas morrem juntas, a sós, evidenciando que uma só tinha a outra como amizade sincera. E o poema se finda bem ao estilo de Vinícius de Moraes: triste, melancólico; mas de um sentimentalismo sublime.

Fechando a parte musical, vamos de Caju e Castanha. Vai apanhar quem não disser Roda, Rodete e Rodiano. Embalando a embolada com o pandeiro, a dupla nordestina brinca com as rimas, com as palavras, com a velocidade que a música é cantada. É impressionante o flow dos dois. Sempre que escuto um repente fico admirado com a habilidade desses caras. A letra fala de porta, portela, ará, urú, arara, roda, rodete e rodiano. O que isso significa eu não faço ideia, mas que tem uma ginga diferente; Ah! Se tem... Se não tivesse, Chico Science não teria regravado a canção assim:


Finalizando o setor dos filmes, assisti um documentário produzido por alunos lá da UFF sobre botequins. Boa sacada. O curta reúne depoimentos de frequentadores de alguns botecos onde foram feitas as filmagens. O resultado foram declarações bem espontâneas das figuras peculiares que preenchem as mesas de bar do Rio de Janeiro. Os alunos conseguiram captar a sinceridade que só o botequim tem; claro, depois de uns 3 ou 4 chopps... Papo de Botequim é isso. É o falar da vida, sem compromisso. Sem puxa-saquismo. Sem bajulação devido a liberdade que o bar proporciona (ou ao menos parece proporcionar) aos seus clientes. Como foi citado no vídeo, o bar é democrático. As pessoas que lá estão também tem que ser. Só lá ocorre o (genialmente) chamado Socialismo Etílico. O bar, com uma mãozinha do álcool, permite isso. Além disso, é no botequim que se relembram as melhores histórias. E que nascem muitas delas também. Lá, a vida rotineira fica de lado por um momento. Enquanto se ouve um samba do Noel, não se pensa no trabalho estressante, na doença de algum familiar ou em outro problema qualquer. O papo de botequim é um dos melhores que tem. Quero conversar muito ainda sentado numa cadeira de madeira, com uma marca famosa de cerveja estampada na mesa e aquele copo geladinho na mão esquerda. Sempre bem acompanhado, logicamente.

O texto de hoje vai pro meu caderno, que eu não usava desde ano passado. Sei lá, abri e escrevi. Guardei de novo. Não sei porque eu guardo tanta coisa inútil assim...

Como eu havia falado antes, li sobre Vinícius de Moraes. Um texto de José Castello que disseca o poeta em faces bipolares. Além disso, o autor afirma categoricamente que ele fora o poeta do desespero. Mais do que exaltar o amor pela alegria, pela vida; segundo Castello, ele narrou em seus versos uma verdadeira sucessão de decepções de um homem atormentado. E não é que ele me convenceu? O texto, feito em 2009 para a Revista Bravo!, tem bons argumentos para declarar que a dor do Poetinha foi maior que seus prazeres. Vejo Vinícius como um homem ingênuo no amor, por vontade própria, que buscava nas mulheres (e no casamento) a mais pura paixão. Assim, quando não retribuída de maneira equivalente, essa paixão esfria, transforma-se em ilusão; e só Vinícius poderia dizer pelas quantas desilusões amorosas passou. Por aparentar sofrer tanto, acredito mesmo que ele teve algumas desilusões. Mas acredito também que as vezes em que Vinícius amou sinceramente e foi amado da mesma forma não foram poucas. Só o poeta poderia responder essa, em forma de versos, talvez. Sabemos só que Uma Alma Duplicada como a dele, soube muito bem extrair seus sentimentos em forma de poesia. Seja ela sobre a luz, seja ela sobre a escuridão.

Matei umas formigas e ajudei na cozinha. Não me recordo se foi nessa ordem.

E por fim acabou. De balanço positivo eu tiro 7 músicas novas na coleção, a minha volta à escrita no papel, a minha volta também à leitura de poemas, 7 filmes inéditos na mente, junto com outros 7 textos. Mente expandidíssima! Ajudei minha mãe na casa, de forma bem insignificante, mas já é um começo. Espalhei sim sorrisos, apenas não os contei. Fiz uns exercícios diários (tirando hoje). Entrei menos no face, no twitter e no instagram. No whats, não. Não consegui acordar cedo todos os dias, mas tentei. E só bebi duas vezes... fim de semana a gente não aguenta, né? O tal desafio deu uma sacudida legal nesse blog, que tinha ficado um tempinho jogado de lado. Quero voltar a ativa agora. Não postando todos os dias assim... Voltar quando der. E vai dar.

Vou ver se prossigo com algumas partes desse desafio, desta vez sem o dever de ficar postando e analisando tudo aqui. Essa parte chata, xá com a minha cabeça.

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