Mais um fim de semana, mais história pra contar. Certo?
Dessa vez eu fui para um show em Taubaté, lá no Teatro Metrópolis. Outra cidade, pegar busão a noite, dar um rolê até o ponto, sem falar na volta sem nem saber se tem condução... Digamos que era um rolê raro, por isso valia a viagem.
Meti o pé. A as apresentações eram de Fabiana Cozza e Emicida tangenciando o Samba e Rap Nacional. Apesar da fila na porta, tava de boa o lugar e o público. Achei estranho o pessoal se acomodar nas poltronas do teatro por ser um evento de hip-hop. Sentei em uma delas também.
Fabiana iniciou o show com puro samba. Mesclou diversos subgêneros, tendo seu ponto forte ao entoar canções de Clara Nunes e Luís Gonzaga. Sua linda voz era acompanhada por um time muito bom entre cordas e percussão, e que percussão. Apesar de ter um belíssimo repertório, as canções não eram muito conhecidas pelo público, que acompanhou sentado. Mas a cada canção ela era bem aplaudida. Ao interpretar a última música, eis que timidamente surge o rapper Emicida causando furor da platéia. Fabiana e Emicida cantaram a canção que gravaram em parceria. O show durou aproximadamente uma hora.
Assim que terminou de cantar a última canção, Cozza se despediu do palco e deixou o rapper a sós com o público. Emicida convocou todos a se levantarem pra se aprochegarem. Seu repertório foi desde o primeiro disco, em 2009, o Pra quem já mordeu cachorro por comida até que eu cheguei longe, até o single do ano, eleito no VMB, Dedo na ferida. O público presente se animou com o jovem cantor, acompanhando o artista em seus rap's. Canções que foram do romântico ao underground, traziam a mensagem do cantor e compositor paulistano.
Dj Nyack comandou as pick-ups, sempre acompanhando o bom humor de Emicida, que deu um salve na platéia sobre a lamentável situação sócio-cultural em que a gente vive, onde a cultura não é valorizada como deveria. Comentou inclusive a respeito de estar tocando em mais um teatro, e salientou que esse espaço teria que ser destinado semanalmente ao povo da região, com atrações culturais de preços acessíveis a toda a população.O artista está coberto de razão. O governo deveria investir e dar valor ao que o povo produz. A gente precisa de cultura. Ainda mais a molecada que curte um rap.
Ao final de seu repertório, Emicida mandou um freestyle, parte do show em que o rapper faz improvisação em suas rimas com objetos mostrados na hora pela platéia do local. Com seu bom humor característico, o artista conseguiu cativar o público, cantando posteriormente suas últimas músicas do show.
E com quase duas horas completas do evento, o teatro foi se esvaziando. A equipe de Emicida vendia lá fora cd's, camisetas e bonés personalizados. O show ao todo foi um sucesso, lotando o espaço. Fica o balanço positivo, e a necessidade de se trazer mais apresentações como hip-hop e samba, para a população da região. Sou morador de Pinda, e sei o quanto carecemos de cultura. A música que nos é oferecida. Ela é sempre decorrente das casas de show que contratam quem está na mídia, pensando nos possíveis lucros e ignorando a mensagem das letras de música.
Queremos teatro, dança, circo, cinema, arte, música... DE QUALIDADE. O povo daqui merece isso, mas quem manda parece não querer que o povo se informe. Vai saber...
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