Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Cidade Baixa

O filme começa com Karinna (Alice Braga) se preparando para partir para a Cidade Baixa, em São Salvador, capital do estado da Bahia. Em meio a pobreza baiana os amicíssimos Deco (Lázaro Ramos) e Naldinho (Wagner Moura) encontram a menina que buscava uma carona até a capital. Os amigos e donos de um barco oferecem carona em troca de sexo e um pouco de dinheiro a Karinna. Durante a viagem Deco e Naldinho revezam as relações sexuais com a moça. Ao meio de uma rinha de galo, perdem dinheiro e acabam arranjando encrenca com outro malandro, que fere Naldinho na barriga com um canivete. Deco tenta desesperadamente ajudar o amigo, e Karinna que já tinha arranjado outra carona a capital com um caminhoneiro, desiste para ajudar o rapaz ferido.



Assim o trio chega a Salvador, se instalando num quartinho humilde. Naldinho se recupera, Karinna começa a trabalhar em uma boate de prostituição e Deco tenta arranjar algum emprego. Paralelamente eles intercalam beijos e transas entre a moça e um dos rapazes por vez. Deco começa a treinar boxe numa academia com um antigo amigo. Karinna, com a ajuda dos dois e de outras prostitutas, aplica golpes em turistas endinheirados. E Naldinho por sua vez, se apossa de uma arma de fogo para assaltar uma farmácia. Os três se desentendem por diversas vezes, o ciúme vai tomando conta dos dois amigos que se veem apaixonados pela prostituta, que está grávida. A situação se complica, e entre conversas em botecos da Cidade Baixa e vielas do Pelourinho, surgem discussões entre Naldinho e Deco, que culmina numa violenta briga entre os dois sem trocarem uma palavra, porém derramando muito sangue. Ao final da luta, e do filme, o triângulo amoroso novamente se encontra no quartinho da pensão, numa cena em que Karinna vai limpando o sangue e os ferimentos nos rostos dos dois e o filme languidamente se finda.



Um longa dirigido por Sérgio Machado traz um enredo bem envolvente, com um cenário da capital baiana que mostra a parcela mais humilde da população. O bom gosto dá o tom na trilha sonora. A maquiagem e o figurino se mostram bastante de acordo com o que a trama pede. Uma produção bem feita, que não chega a ser de um roteiro espetacular, mas que porém se enquadra nos mais belos filmes nacionais contemporâneos. A parceria de Lázaro Ramos e Wagner Moura novamente foi um sucesso! E a última, porém não menos importante ressalva, vai para o brilhante texto do filme. Um texto bem característico da região, com sotaque e gírias regionais. Mais uma prova de que o cinema nacional pode não ser um dos mais rentáveis do mundo, mas com certeza figura entre os melhores.

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