Rolê, ou rolé: gíria paulista, ou carioca, com pinta de estrangeirismo francês, de pelo menos umas três décadas; a expressão, comum entre os jovens, tem grande abrangência no cotidiano das pessoas que habitam o ambiente urbano. Podendo significar uma locomoção de longa distância ou duração, um passeio a dois, uma saída entre amigos, uma viagem solitária e até mesmo a combinação entre eles.
No meu caso, adicionou-se ao contexto o adjetivo "noturno". Aceitei de tudo. Do tranquilo show do Ira! ao show lotado de Fernando & Sorocaba. De barzinho gourmet, cheio de boy, a uma volta descompromissada na praça Roosevelt, cheia de morador de rua. Dum puteiro fedorento a cheirosa apresentação dos Racionais MC's. E por aí foi... sem restrições ou preconceitos. Assim estou faz umas dez luas, muito belas por sinal. A cara era não ficar uma noite sem fazer nada, já que eu estava de merecidíssimas férias, diga-se de passagem, e um bocado de saúde.
Não sei se por distração ou por puro espírito de aventura, eu e tantos outros mortais urbanos lançam-se diariamente, com o perdão da redundância, aos rolês nossos de cada dia. Talvez queiramos apenas vivenciar novas histórias, porque ninguém aguenta mais ouvir as velhas. Ou conhecer novas pessoas, porque os antigos amigos também fizeram novas amizades. Ou até mesmo conhecer novos lugares, onde o que quer que aconteça já é novo aos nossos olhos. Enfim, a chance de florescer um sorriso que valha o deslocamento é grande e o flerte com o imprevisível dá ao rolê um charme de filme noir.
E mesmo que o rolê não saia como o planejado, que seja aquele famoso rolê errado, terá, no mínimo, como se retirar um aprendizado dali, senão acompanhado de um bom causo pra contar. Rolê perdido é só se você quiser, meu amigo, mesmo que robem tua brisa. E, a não ser que tenhas um precioso motivo, não, não era melhor ter ficado em casa.
"sai invejoso, dá uma arruda aí pá mim!"
Parafraseando o Emicida, que aliás lançou outro disco classe A agora, "jamais volte pra sua quebrada de mãos e mente vazias".
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