Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Pré-Carnaval 015

Inaugurando meus posts em terras florianopolitanas eu não poderia começar falando de outra coisa: CAR-NA-VAL! Carnaval que aliás se inicia hoje, mas que nessa temporada ficou um pouco mais distante de mim por conta do cursinho, da faculdade, dos sambas ruins... essas coisas.

Logo mais adentrará o Anhembi a Mancha Verde, fazendo uma homenagem justa aos 100 anos do Palmeiras - no ano em que o clube completa 101 -, a escola traz um sambinha legal, mas que não empolga. Assim como o homenageado ano passado no Brasileirão, briga pra se manter. Em seguida virá a Tucuruvi falando de marchinhas carnavalescas, um tema importante num carnaval cada vez mais eletronizado. O samba ficou muito bom, alegre, irreverente e facinho de decorar. Tom Maior fala de adrenalina e propõe um desfile inovador, saindo da mesmice dos enredos carnavalescos. Seu samba de enredo tem pontos altos, porém não se sobressai. Aí vem Dragões da Real, destaque na concentração do sambódramo com seus belos carros alegóricos, a escola vem acreditando no título pra esse carnaval. O ponto fraco é o samba, bem padrão. E por falar em samba padrão, a Rosas de Ouro é a próxima, com enredo sobre encantos a escola da Freguesia do Ó também é bem elogiada na concentração e aparenta ser a favorita do dia. Aí vem a Águia de Ouro pra tentar me desmentir. O samba é melhorzinho do que o da co-irmã de sobrenome dourado. O tema é duvidoso, o comércio entre Brasil e Japão, no entanto a batucada da Pompéia tem tudo pra ser novamente destaque. Por fim virá Nenê de Vila Matilde com o melhor samba da noite (e talvez o melhor enredo, vamos ver) pra mostrar que a Zona Leste volta a brigar por título.

No sábado quem abre é a Vila Maria falando de diamantes e, com talvez o pior samba de SP, a escola tenta se confirmar no grupo especial tendo a Cadência da Vila como ferramenta principal pra isso. Seguida da Gaviões que desfilará repleta de cartas e jogos apostando num sambinha interessante pra fazer um carnaval do baralho. Em seguida vem a tri-campeã Mocidade Alegre trazendo Marília Pera para tentar o tetra. Acho que não rola, mas o samba é bom sim. Aí a Casa Verde chega sonhando com o título também, que há nove anos não conquista por sinal, tendo um enredo muito amplo e com possibilidades pra se viajar legal. Destaque pro refrão do meio que é curto e simples, mas que fica foda com a Barcelona mandando um reggae. Depois é a vez do Tatuapé falar de ouro com um samba mais ou menos, que embica pra mais com a interpretação de Wander e Vaguinho. O desafio da escola da leste é manter o alto nível do desfile do carnaval passado, missão difícil. Logo após vem Vai-Vai trazendo simplesmente Elis Regina, simplesmente o melhor samba do carnaval! Um poema do começo ao fim. Com levada pra cima, marca da escola, e uma melodia emocionante a Saracura chega como favorita só por conta dos ensaios que fez. E pra encerrar o Grupo Especial a X-9 chama a chuva pro seu desfile. Espero que se dessa vez chover na avenida a comunidade não desanime como no ano passado. O samba é médio, subindo de nível no refrão do meio na voz do Royce.

No Grupo de Acesso o nível dos enredos melhoram um pouco. Os sambas nem tanto. Destaco o da Peruche, com uma pegada de enredo afro antigo, e o da Leandro sobre Mandela. Em termos de desfiles vale a pena se liga no meu Camisa e na Pérola Negra. Mas claro que Imperador, Colorado, Morro e Independente podem surpreender domingo.

Difícil não se emocionar

Fazendo a ponte aérea, o Rio de Janeiro abre seu carnaval com a Viradouro voltando ao Especial. Niterói ousou e fez um bem bolado com dois sambas de Luiz Carlos da Villa. O resultado no cd é muito positivo, vamos ver na avenida agora. A Mangueira traz as mulheres para seu carnaval, num samba bem bonito, ao estilo Estação Primeira, a expectativa é de um carnaval melhor ao do ano passado. Tem que respeitar! Aí, a tal da reformulada Mocidade entrará na Sapucaí. O enredo traz a pergunta "o que você faria se te restasse um dia?". É ousado e eu acho que combina bem com a Padre Miguel. Mas o samba fica devendo bastante pra quem quiser disputar algo lá em cima. A Vila também tenta mostrar-se diferente do ano passado. Com música clássica e Villa-Lobos no meio a escola teria sucesso se chegasse próxima do nível de desfile que sua co-irmã que irá desfilar antes teve em 98. O samba é bom, mas é ofuscado pelos demais. Quinto a desfilar, o Salgueiro tentará mostrar porque se diz injustiçado no carnaval passado. O samba, falando da comida mineira, fica bem aquém daquele "canta Salgueiro", mas não chega a ser ruim. Também é ofuscado pelo nível da safra deste carnaval. Pra fechar o domingo carioca a Grande Rio busca novamente seu primeiro título. Seu samba é bom e o enredo é muito semelhante ao da Gaviões. Ponto alto é o refrão principal, todo malandreado.

A tradicional segunda-feira de carnaval carioca tem a São Clemente como pontapé inicial. Com um samba menos irreverente e mais homenageador, a escola vem de Fernando Pamplona num enredo curioso a lá Rosa Magalhães. Pode pintar uma surpresa aí. A nova Portela chega como uma das favoritas azul e branca de segunda. Com um Rio surreal a águia vem com uma proposta muito boa de desfile e um samba do nível de seus últimos anos. Talvez o melhor do carnaval RJ 2015. Só quem bate de frente é a Beija-Flor. Com um samba afro sobre Guiné Equatorial a escola pode se reencontrar após o desastroso desfile de 2014. Num estilo valente, oposto do hino portelense, o samba é igualmente nota 10. O desafio ficará pra Ilha, desfilar após duas escolas de peso. Aí que mora a aposta insulana. Num samba extremamente irreverente e carnavalesco a tricolor pode virar sensação deste carnaval com o "gostosa! Fiu, fiu" de seu refrão. A bateria 40 graus também influencia nisso. Uma beleza! Aí é a vez da Imperatriz cumprir um desafio de mostrar que não é uma escola fria. O samba é quente, com dois refrões que fogem do comum. Isso deve dar certo. Além, claro, de ter a igualdade racial como tema, o que geralmente dá bons desfiles. Aí a atual campeã Tijuca, nem tão badalada assim, encerrará a festa. Com algumas mudanças pra este carnaval, a essência permanece a mesma. Inclusive a tradição recente de ter o pior samba do ano, que mesmo assim não chega a ser ruim como alguns de SP. O enredo tem a pegada suíça, e seja lá o que isso signifique, a Pura Cadência vem fazendo a sua parte nos ensaios. A briga tá muito boa!

No acesso, ouvi pouco os sambas. E gostei do que escutei. Enredos maravilhosos. Sem exceções. Fico feliz em saber que as escolas da chamada Série A vêm batalhando firme pra subir de grupo. Que as outras escolas aprendam com eles.

E lá vem ela... não pra deslumbrar a passarela, mas toda prosa!

E como estou em Santa Catarina, por que não falar do carnaval daqui? Aliás, irei assisti-lo hoje, amanhã e terça, já que não tenho saco (e nem tevê) pra assistir na Globo. Não conheço quase nada do carnaval daqui. E estou bem curioso. Hoje quem abre o grupo de acesso é a Palhoça Terra Querida falando da dualidade do bem e mal. Tema bem rodado no eixo Rio-SP. Depois, será a vez da Nação Guarani com uma pegada gaúcha e um samba melhor. Aí virá Império Vermelho e Branco com Sexta-Feira de tema. A quarta é a Acadêmicos do Sul da Ilha, falando do pintor Victor Meirelles
com um samba que parece ser muito bonito. Em seguida, Amigos do Caramuru com a boemia num samba legal, em primeira pessoa, promete um bom desfile. Por fim, Futsamba Josefense pinta o 7, ao estilo Vai-Vai 2002. 

Amanhã, no grupo principal, quem abre é a ascendente Dascuia sobre energia e os quatro elementos. Aí a União da Ilha da Magia propõe um inovador enredo sobre o surf, trazendo também um samba bem bonito e empolgante, além de uma bateria de primeira. Consulado é a próxima num tema sobre o carvão. A Copa Lord vem logo em seguida falando sobre filmes marcantes. O desfile tem tudo pra ser de forte identificação popular. A atual campeã, Protegidos da Princesa, traz um enredo local num samba bom de três refrões, talvez o melhor. Mesmo sem conhecer o carnaval daqui a fundo é fácil apontá-la como uma das favoritas. E enfim a vice Coloninha encerra o carnaval com Yemanjá num desfile que promete emocionar quem é de axé. 

A expectativa é grande. Devo escrever mais pra frente sobre o carnaval de Floripa, que é o qual assistirei ao vivo. Masssssss, se bater muita saudade, deverá aparecer texto também sobre SP ou RJ. Cravo um carnaval de espetáculo em Sampa e de chão no Rio. Espero que não haja as injustiças do ano passado. 

É isso. Saia da internet e bom carnaval!

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