Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

sábado, 28 de dezembro de 2013

Vergonhão 2013

O ano esportivo do Brasil, no geral, foi muito bom. Títulos importantes no mundial de vários esportes individuais associado a bons resultados obtidos pelos atletas brasileiros nos esportes olímpicos, alimentam um expectativa positiva em relação as Olimpíadas em 2016, realizada no Rio de Janeiro. Houve também emocionantes vitórias nos tradicionais esportes coletivos como o voleibol, o futebol de areia e o futsal. A grande surpresa veio no fim do ano com a belíssima campanha das meninas do handebol no campeonato mundial, em que foram campeãs invictas na Sérvia - e batendo as donas da casa numa final equilibradíssima, entrando pra história do esporte nacional. A decepção ficou por conta dos caras do basquete.

Meninas do Handebol fazem a festa em quadra

Mãaaaaaaaaaas, quando se fala em esporte no Brasil, rapidamente vem a cabeça da população um esporte em especial: futebol. No dito o país do futebol, o ano tenderia a ser muito bom também. Já que nossa seleção ganhou a Copa das Confederações de forma extraordinária, derrotando na final a tão temida seleção espanhola. E que na Taça Libertadores da América o time do Atlético Mineiro mostrou técnica (e muita sorte também) ao vencer de forma dramática jogo a jogo, deixando sempre para os minutos finais as maiores emoções.

No entanto, o belo ano esportivo do Brasil como um todo foi manchado no final dele. Não dentro de quadra, de campo ou de pistas. Não. Foi manchado dentro de um tribunal. Outra vez. O fatídico Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que juntamente com a lastimável Confederação Brasileira de Futebol (CBF), conseguiram rebaixar um time que jogou o campeonato brasileiro suficientemente bem para não ser rebaixado à série B, e que porém irá disputá-la em 2014. E, no lugar desse time que fez campanha para ficar na primeira divisão, salvou um clube que não mereceu - devido a sua classificação ruim na tabela final - permanecer na elite do futebol brasileiro.

Torcedores da Portuguesa mostram sua indignação

O time que caiu mas não deveria é a Portuguesa (sim, sempre a Portuguesa!). E o time que caiu, mas ficou é o Fluminense (sim, o FluminenCe... rs). A Lusa, na última rodada, já praticamente sem chances de ser rebaixada, utilizou um jogador - por cerca de 10/15 minutos apenas - que estaria impedido de jogar. O jogador teria tomado uma suspensão, e não deveria estar em campo, mas por erro de comunicação (sabe-se lá de quem) acabou participando de um jogo que nada valia. Estranho, não? Mais estranho ainda é punir com o rebaixamento um clube por uma bobagem como essa que nem ao menos interferiu no resultado do jogo, quanto mais do campeonato. Um julgamento totalmente desproporcional que, claro, gerou polêmica.

Enfim, o que fica de toda essa história é que o cenário nacional de futebol necessita urgentemente de mudanças. Dos outros esportes não sei, provavelmente precisem também; mas o futebol (talvez por ser o esporte do povo e da mídia) é o que fica mais evidente. Novos ares foram dados a CBF recentemente, mas que na prática pouco se alterou. Cria-se, há tempos, uma espécie de máfia do futebol, conservadora, que não toma medidas que deveriam ser tomadas. Quem acompanha o futebol sabe, e também torna-se cético quanto às mudanças. O Campeonato Brasileiro em pontos corridos é um dos pontos que precisa ser revisto, por exemplo. Extenso, torna-se chato, com uma quantidade desnecessária de jogos; uma espécie de cópia ao modelo europeu, que talvez por interesse de empresários que lucram com isso, não muda. Agora então, a Copa do Brasil também fora "engordada"; absurdamente os clubes que disputaram a Libertadores puderam entrar nela também. Isso a desvaloriza. Sem contar os campeonatos estaduais que vem sendo minimizados a pré-temporadas, tendo sua relevância minimizada pelos dirigentes dos clubes. A lista é enorme! Assim, descontentes também, sem direito a férias ou descanso, os jogadores se uniram por melhores condições e fundaram o Bom Senso FC. Longe deles serem o ideal para a mudança que tem de ocorrer no esporte nacional, mas é um indicativo extremamente forte de que "do jeito que a coisa tá, num pode ficá".

Quem perde com tudo isso é, sobretudo, o público esportivo; que cada vez mais vai se afastando de uma paixão por descordar (e desconfiar) do que ocorre na parte interna. É o meu caso. Infelizmente.

E olha que eu nem falei da FIFA, hein? rs

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