Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

domingo, 10 de março de 2013

Não entendo novelas...

Eu, definitivamente não entendo as novelas. Não falo do contexto, da história propriamente. E sim de tudo que ela engloba. Não vou nem discutir alienação. Particularmente, eu não gosto de novela. Não costumo assistir. Mas por ter uma mãe que não perde um capítulo de nenhuma das três, acabo acompanhando "sem querer". E é justamente por essa audiência à contra gosto, que acabo percebendo o quanto esse meio de entretenimento é vazio.

Ontem, assisti "por cima" o último capítulo de Lado a Lado. Não acompanhei a novela também. Mas sempre via algumas cenas "de relance". O que me atraía na novela, era ouvir daqui do quarto aquela trilha sonora de muito bom gosto. De Martinho da Vila, Noel Rosa, até um belíssimo samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense, que simplesmente era a abertura da novela. Fui aos poucos prestando atenção no contexto histórico da trama. Tratava-se de uma época interessante da história brasileira (logo após a abolição da escravatura/proclamação da república), e que não costuma ser muito citada. Deram um jeitinho de juntar vários acontecimentos relevantes da época, aliando-os ao personagem principal, interpretado por Lázaro Ramos.


Parte do elenco

Além de bom enredo, trilha sonora, contexto histórico e um bom elenco; eu vi uma linha cenário/figurino muito bem realizada. Era sem dúvidas uma novela diferente! E não foi só eu que achei isso não. Ouvi, e li críticas à favor da trama. Sempre elogios feitos como se fossem sobre um bom filme. Porém isso não pareceu ser o bastante. Vi sempre também, a imprensa em cima, dizendo que não rendia audiência, que não estava dava ibope. E realmente, em termos de público, foi uma das piores novelas da Globo nos últimos anos. Aí que eu fiquei sem entender porra nenhuma. Quando a obra é relativamente boa, bem feita; não há retorno dos telespectadores. Mas quando botam uma Carminha qualquer, fazendo maldades feito uma bruxa de contos de fada, a audiência bate recordes!

Talvez o público de novelas não seja lá muito interessado em história. Ainda mais história do Brasil. Talvez a audiência toda foi pro Datena, já que a "realidade" sensacionalista rende ibope. Ou então essa Malhação deve estar tão chata, que no horário a tevê desligada não seria má ideia.



Casal protagonista 

Como toda novela, o final é sempre "o mesmo". Casamento, morte, sorrisos e lágrimas! Não necessariamente nesta ordem. O que fica da trama, apesar dos pesares, é a mensagem de liberdade. Que muita coisa mudou nestes últimos 100 anos. Mas ainda há muito ainda por ser mudado. E brilhantemente, colocaram o samba-enredo de 1989 da Imperatriz para sintetizar esse assunto. O samba diz por si só. É completo, e acredito eu que é ainda mais famoso do que o hino da Proclamação da República. Só faltou sair do casamento lá, a bateria Swing da Leopoldina e geral cair no samba... Pensando bem, acho que daria briga pra ver quem ia puxar o microfone principal. rs

Enfim, não entendo novelas.

Ahhhhhh, e pra quem não ouviu o sambão da Imperatriz, ou quer ouvir novamente. Clicaí:


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