Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Um mês de jornalismo

Foi na primeira segunda-feira de março, na manhã seguinte a uma festa de integração do curso, que tive minha primeira aula de jornalismo. Talvez com um pouco de ressaca, entrei numa sala cheia, procurei uma cadeira vazia, ouvi um professor falar lá na frente, vi alguns alunos anotarem algo... quase igual ao (tão chato, mas que hoje dá saudadezinhas) ensino médio. Quase. Ao longo dos dias seguintes vi que a aula costuma passar mais depressa. Que os debates em sala não são delimitados por um professor mandão. Que os trabalhos exigem tempo, leitura e um trocado pra impressão. Que a bibliografia pedida é tão enorme que, nem se eu quisesse ler tudo e tivesse tempo disponível pra isso eu conseguiria.

Os colegas de curso, e de faculdade como um todo, são mais abertos. Mente aberta. Coração talvez. Acho que a maturidade traz isso. Não que os assuntos das conversas seja mais cult, longe disso até. Mas a forma de dialogar é diferente. Outra coisa expandida aqui é o universo cultural. A diversidade de movimentos políticos e sociais, festas, bandas tocando pelo campus, rodas de violão, rodas de capoeira, feirinhas, atividades esportivas ou culturais. Não é só uma galera alternativa. Mas uma grande alternativa pra galera que tem o mínimo de questionamento sobre a realidade em que vive, e a disposição de alterá-la.

Em quatro semanas de curso já fiz(emos): uma reportagem em vídeo sobre a dificuldade dos estudantes em adquirir bolsas, dois boletins esportivos na rádio sobre as rodadas do futebol brasileiro, uma boa conversa seguida de entrada ao vivo na Rádio Guarujá, uma entrevista com um diretor de teatro e que será transformada mais tarde numa notícia, algumas pautas aleatórias e até cheguei a trocar uma ideia com o Sombra, por telefone! Um jornalismo na prática. Muito diferente do que eu imaginava que seria nesses primeiros dias. Algo do tipo: ler e dissertar sobre dois livros por semana. Apesar de certa liberdade nas leituras, estou direto lá na Biblioteca pegando algo que me chame atenção. Sem relação com as aulas, porém curiosamente os dois melhores livros que li até agora foram escritos por jornalistas: "Cidade Partida - Zuenir Ventura" "De Pernas pro Ar - Eduardo Galeano". Ou seja, apesar de achar algumas aulinhas de Artes Gráficas e Foto um porre, cada vez me vejo mais dentro desse rótulo profissional. E menos no tal mercado de trabalho.

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