Pois é... Quem apostaria no título brasileiro da Copa das
Confederações, aqui em casa? E logo contra a poderosíssima Espanha! Eu apostava
sim...
Muita gente não acreditava no começo, mas logo mudou de lado ao
ver a seleção jogar bonito de novo. Felipão assumiu como treinador não faz
muito tempo, e ainda não tinha embalado. E o brasileiro sentia isso. Faltava
aquele belo futebol. Faltava a jogada que levanta a galera. Faltavam jogos
emocionantes. Faltavam belas vitórias. E faltava, claro; gol.
Teve de tudo isso e mais um pouco, aqui "em casa". Em
meio a uma onda de protestos e reivindicações ao longo de todo país, foi
disputada a Copa das Confederações; que trata-se de um evento da Fifa que reúne
as seleções campeãs dos torneios continentais + a campeã do mundo e o país
sede. Curiosamente: Espanha e Brasil. Mas jajá a gente fala um pouco mais sobre
essas duas aí...
Dentro dos estádios, festa. E do lado de
fora protesto e repressão.
A Copa começou no dia 15 de junho, em Brasília. E passou por
Salvador, Recife, Pernambuco, Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Ao
todo, participaram 8 seleções. 4 delas, eliminadas na primeira fase: México,
Japão, Nigéria e Taiti. Duas delas, México e Japão, jogaram muito bem e devem
voltar para a Copa do Mundo. Nigéria não jogou mal, mas precisa acertar a
pontaria. E o Taiti... bom; o Taiti viajou, conheceu o Brasil, levou certo(s)
(gols) aprendizado e conquistou a torcida. Restaram então nas semi-finais:
Brasil x Uruguai e Espanha x Itália.
Dois confrontos de seleções do mesmo continente. Dois confrontos
que possuem muita história.
O Brasil, que depois de três jogos e três vitórias, veio ganhando
confiança e reconquistando seu torcedor, chegou à semi como favorito. E quase
não passou. O Uruguai, que é velho conhecido nosso, e famoso por truncar e
catimbar as partidas; fez jogo duro, como não poderia deixar de ser. Fred
anotou um de canela. Júlio César, antes questionado como goleiro titular, agarrou
pênalti. O capitão Thiago Silva deu assistência pro gol de empate uruguaio. Mas
no final (sempre no final), Paulinho estava lá pra marcar, feito centroavante!
Brasil na final, em casa.
Neymar,
tentando encobrir o goleirão uruguaio Muslera. Não encobriu, mas deu em gol!
Do outro lado da chave; Espanha e Itália faziam um jogo bonito,
equilibrado. Lá e cá. A Itália tentava, mas não chegava com muito perigo. A
Espanha tinha o controle da bola, mas sequer chegava. Um 0 x 0 anunciado
no primeiro tempo. Na prorrogação até rolou uma bola na trave pra cada lado,
mas não teve jeito... Pênaltis! E um show de cobranças. Todos acertaram as 12
primeiras. Até que um italiano - sempre eles... - isolou, e botou a Espanha na
final. Ah se Mário Balotelli tivesse em campo... Mas não estava, e a Espanha
enfrentaria o Brasil, em pleno Maraca.
Antes, porém, houve a disputa de terceiro lugar. Jogão também.
Uruguai e Itália deram uma aula de cobranças de falta. Dois times
tradicionalmente retranqueiros que levaram a disputa para os penais. Na hora
das cobranças, brilhou toda a categoria e experiência do goleirão italiano
Buffon, que defendeu 3 cobranças do Uruguai. A azzurra é 3ª colocada. No mesmo
dia, só que mais à noite, no Rio de Janeiro, seria a vez da grande final. Logo
após a cerimônia de encerramento.
Enquanto escurecia, a expectativa já era grande por parte de cá.
Brasileiros; ora estavam esperançosos com o novo gás que este time tinha
tomado, ora eram subestimados pela grandeza do adversário. Mas ninguém subestima
campeão do mundo, amigão. Ainda mais o maior deles. O Brasil logo começou o
jogo com gol. Assim como fez em TODOS os outros jogos. E não teve espaço pra
Espanha. Não teve o tal tique-taque. Os espanhóis, los campeones del mundo, é que se
impressionaram com o tamanho do Brasil. Desde o Maracanã todo amarelo, passando
pela a torcida cantando o hino à capela. Ali o país marcava seu gol!
Iniesta até tentou, mas não deu, não. Pedro até iria fazer o gol,
mas David Luiz não permitiu, não. E de pênalti poderia sair o tento espanhol,
mas como disse um comentarista de televisão "pênalti mal marcado não
entra", não. E não entrou nada, não! A defesa se fechou como nunca. O meio
campo articulou como deve. E o ataque brilhou. Seja com Fred ou com Neymar, o
gol saiu. E não foi só um, não. Foram três. Três bolas na rede da seleção que
jogava o dito melhor futebol do mundo. A Espanha não teve vez.
Fora 93 ou 94 minutos intensos. Todos dominados pelo Brasil. Não
deu outra. Foi sim um jogo disputado. Mas não tinha como ser diferente. O
Maracanã comemorou o título lá dentro. E aqui fora o Brasil comemora aos poucos
às vitórias políticas. É, os tempos estão mudando novamente!
Lá dentro, inclusive, teve voluntário/manifestante, haha!
Conseguiram (brilhantemente, diga-se de passagem) levar uma faixa com os
seguintes dizeres "Imediata anulação da privatização do Maracanã".
(Acima, a foto.) Claro que a segurança da Fifa os retirou, mas valeu a
mensagem. Não sei se vão anular a privatização do Maraca, mas ficou no ar a
reivindicação justa. Ainda mais em tempos de "crise" para certos
endinheirados empresários cariocas.
A Copa das Confederações foi um sucesso. Por manifestações e pelo
título. O povo tá ligado agora, e a seleção também! Clima excelente para se
chegar em 2014: ano de Copa e de Eleição.