Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

domingo, 28 de abril de 2013

Til... Til... Til...

Renomada obra de José de Alencar, confesso que só fui ler Til por integrar a lista da Fuvest. E não me arrependi não. Apesar de tudo, vale a leitura.

Um livro do Romantismo nacional, e que tem seu cenário bem interiorano... Se passa na região de Campinas/SP, lá por meados do século XIX. É contada a história de 4 jovens do local, sobretudo a de Berta. Uma moça muito bonita e extremamente bondosa. Típica mocinha. Há algumas personagens mais interessantes na trama, que tentam quebrar o clima bucólico e sereno do campo, como: Jão Fera, Brás e Zana. Porém essa literatura vagarosa arrasta-se por boa parte da obra.

O primeira parte é, sem dúvidas, a mais cansativa. O tempo na história teima em demorar a correr. O narrador descreve exaustivamente o passar do tempo na região. As paisagens que se misturam com repetitivas ações do personagens podem afastar o leitor a princípio. O vocabulário difícil que nele é empregado, tampouco atrai o leitor. O enredo se desenvolve bem lentamente, mas de maneira sábia. Os detalhes envolvidos capítulo a capítulo começam a fazer um sentido geral no contexto.

Capa de uma das edições do livro.


O livro só fica interessante mesmo na segunda e última parte. Do meio pra frente são episódios curiosos, que desenlaçam a história vagarosa rumo ao final. O amor é colocado como fator principal. Idealizado, faz jus ao romantismo em que o livro se enquadra. Chamam atenção os títulos, muito bem dados por sinal, aos capítulos curtos da história. José de Alencar soube escrevê-la cuidadosamente bem. Construiu um molde invejável, apesar de truncar a leitura em determinadas passagens.

Claro que a obra é boa, de muita qualidade. Mas o romantismo desta época chega a me enjoar. Não sei se por gosto próprio, ou pelo fato de a maioria dos livros que as escolas e vestibulares abordam em suas provas são desta escola literária. Acho que a literatura nacional é muito rica pra estacionar no século XIX. Seria bom reservarem vagas também pra essa nova escola que vem chegando aí. Acho que nessa biblioteca de colégios e concursos cabem todos!

O romance se finda com esta máxima, que particularmente achei genial: "Como as flores que nascem nos despenhadeiros e algares, onde não penetram os esplendores da natureza, a alma de Berta fora criada para perfumar os abismos da miséria, que se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça."

 Era a flor da caridade, alma sóror!

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