O viciado em crack não teme a polícia. Ele só pensa na droga. Caberia ao Governo encontrar medidas de convencer este usuário a largar o vício, para aí sim ser internado. É uma iniciativa bem complicada. Envolve um trabalho de abordagem pacífica e sem a menor violência dos responsáveis, conversando com um por um dos viciados. Muitos dos usuários com certeza rejeitarão a internação. No entanto não há como se resolver este problema em curto prazo. Essas pessoas não são entulho para ocorrer uma limpeza na região. Sei que é delicado, mas me parece ser a medida mais correta a tomar.
Mesmo com esse caos em alguns dos hospitais públicos, e a falta de leitos; seria necessário a construção de clínicas de reabilitação (não de estádio para clube de futebol) e uma grande oferta de vagas para quem precisa se livrar da droga. Entretanto além do dinheiro, o ponto mais frágil deste assunto seria a própria vontade do usuário de se reabilitar. Quem o abordasse teria de mostrá-lo que o melhor caminho para se recomeçar a vida seria se livrando das drogas. E isso exige paciência, e também muito conhecimento psicológico. A operação só vingaria se os profissionais escalados para a tarefa fossem bem treinados e capacitados o sulficiente.
A verba gasta com progamas que envolvem as drogas, retona multiplicada quando o ex-usuário volta a trabalhar, pagar seus impostos, consumir produtos, geral capital para o país. É triste passar pelas ruas da Luz durante o dia. E assustador durante a noite. E o bairro é muito bonito. Uma pena!

O crack é sim um problema público. Afeta a todos. É uma droga diferenciada das demais. Já vi bastante boas ideias por aí, que merecem no mínimo serem testadas. Mas são barradas pelo conservadorismo que impera sobre nosso Executivo. Como bom exemplo, temos a maconha aos usuários de crack. É uma ótima ideia! Os efeitos da cannabis sativa dão tudo o que o viciado precisa. A fome. A serenidade. E ainda o barato que a erva causa, infinitamente menos prejudicial do que o da pedra. Enfim, não sei se o Estado dá tanta importância assim a este problema.
A polícia entraria nessa iniciativa com a abordagem aos traficantes, sem o abuso de poder. Patrulhas estratégicas, em conjunto com a guarda municipal. Com o único foco voltado aos traficantes. E de preferência, sem corrupção.
Mas acho que nada disso seria necessário se a educação fosse de qualidade. Este é outro problema do país, e como quase todos os outros envolve a educação. Concientizar alunos sobre as consequência das drogas desde o ensino fundamental é importante. Isso eu já vejo em várias escolas, legal. Porém não é só isso. O aluno tem que ver, participar, interagir. Encarar o problema de frente. Conhecer um usuário reabilitado. Ouvir história. Ser preparado para a vida! A família em conversas por si só já pode ajudar muito também.
Agora nos resta aguardar pra ver no que dá essa internação compulsória em Sampa. Prevejo um impasse entre muitos usuários e agentes públicos. A grande maioria não quer sair dali, ainda mais à força. Continuo achando que na base da interação com o viciado o êxito será maior...
Primeiro o Governo precisa focar mesmo no combate ao crack. Depois sim no tráfico internacional de drogas... que aliás, é outro problema público que ainda rende uma bela discussão. Como é o ditado? "Arrumar primeiro a casa, depois o quintal."
Nenhum comentário:
Postar um comentário