Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Dicotomia

Primavera com sensação de verão
Dor de cabeça e azia
Previsão dos dias quentes que virão
Dicotomia vazia
Atinge a mente do vilão
Pela falta de opção, 
Que luta como pode 
Pra ter sua condição
Uns se perde na ambição
E uns quer revolucionar
Tem quem queira ditadura
E quem num tem onde morar
Enquanto isso
Segue o plano de extermínio
De um governo bolsominion
Com essa porra de auxílio 
Vão fazendo só o mínimo
Querendo vender o sus
Pagam de diferentoes
Mas eles nunca fazem jus
Entre o bem o mal 
Varia o ponto de vista
Infelizmente
Tamo sem sinal de conquista


terça-feira, 1 de setembro de 2020

Sinceridade

Sinceridade 
é a base da amizade 
vou seguindo a sintonia 
sem pagar de simpatia 
mantendo afinidade 
só com quem é de verdade 
rima braba sem massagem 
poesia é terapia 
por isso que todo dia eu tô 
queimando amoníaco e 
testando meu sistema imunológico 
é um vício patológico 
talvez contemporâneo 
faço verso alucinógeno 
que é pra sacudir teu crânio 
e levantar o astral 
tipo erva natural 
ela... é ancestral, 
traz a paz em meio ao caos

@_dudufrois



Chuva de Benção

Trazendo sonhos aéreos 
pro mundo terreno 
congelo conceitos 
que vão derretendo 
na terra vermelha 
ao céu tropical 
são cacos de telha 
montes de areia, 
e sacos de cal...

Aonde menor corre descalço 
atrás da bola que rola
vai do baldio ao asfalto 
fugindo da escola 
menino vadio que
mete marcha e some
que a rua é seu palco
pique aventura
colhendo o que planta
é agricultura

Da folha que cura 
junto com a palavra
cavucando o chão
pique a pá que lavra
é literatura de subsistência
orgânica de resistência
é consciência,

Misturano a fé 
com a ciência, vô
passano visão 
com vivência 
em tempos de crise 
não tem paciência, 
eu quero... chuva de benção,
os verdadeiro eu sei quem são!

@_dudufrois


terça-feira, 7 de julho de 2020

Porto seguro

Sagrado como axé
Consagrado com a vida
Segredo é minha fé
Brotar junto a autoestima
Com raízes nessa terra
Absorvo os nutrientes
A cada ciclo que encerra
Adapto-me ao ambiente
Me alimento de calor 
Pra dar origem a flor,
Cuidar da folha, do fruto
Do caule e do futuro
Minha mãe vem regar
E eu retribuo com ar puro
Pra que alguém possa enxergar
Em minha sombra um porto seguro

sábado, 20 de junho de 2020

Ciclos

Se ela jurar que me tem amor
Eu posso me regenerar...
Fazer do medo, incentivo,
Motivo para continuar,

Mesmo em dias de luta, sorrir,
Representando o meu papel
Deixo as águas de mim fluir,
Em ciclos, do Oceano ao céu

Lavo minha alma 
No orvalho das flores,
Oásis em meio ao frio do deserto,
Em sintonia com a ecologia, 
Curo minhas dores
Enquanto não posso ter ela por perto...

quinta-feira, 18 de junho de 2020

ReExistir

Bem-vindos ao caos
Era da pós-verdade
Em que homens maus
São autoridade,
Apesar de Jesus ser
Quase que unanimidade
A violência é de praxe
Método covarde

De forjar divisão
Sem fazer alarde,
Manter o controle
Da população,
Negando leitos
E dando munição
A sujeitos imperfeitos
Sem qualquer preparação.

Instigando brigas
Baseado em fakes,
Fomentando ódio
Fabricando haters,
Desmatando terras
Pra passar boiada,
Produzindo guerras
Em que a paz é derrotada...

Os falsos profetas
Dizem: o pior está por vir.
Apenas as mentes inquietas
É que podem discernir.
O pior aí está no poder,
E tentar negar é tolice....
Reexistir é desobedecer
Diante desse apocalipse 




domingo, 7 de junho de 2020

Chega!

Protesto pela vida
Importa
Assim como 
Os ancestrais
A raça unida
Suporta
Fardos e fardas
Pesados demais
Pra responder
Com leveza
Chega!

Agora é a hora
Da integridade
Aos seres íntegros
E de boa vontade
Mas sem garantia
De paz na terra, afinal
O que é paz pra quem
Ta sempre em guerra?
Sem respeito
Nem respiro
Como assim justiça
Sem igualdade?

Dá muita preguiça
Dessa sociedade
Hipócrita, omissa
De falsas verdades
E duplo caráter, mas
Não vou me abater
Sigo pelos lares
Entre olhares
E lugares
Atento nos
Detalhes 


#VidasNegrasImportam

LibertAção

Tiros que tiram vidas
Abrem fogo sem critério
Ordens sendo cumpridas
Fazem do quilombo um cemitério
Desde os tempos de Palmares
Atiraram contra a liberdade
Invadindo corpos e lares
Reforçam a Desigualdade
Ação de guerra contra o povo
Assassina a esperança
E joga lá no camburão
Mas ela renasce denovo
Em atitudes por mudança...
Uns chamam de libertação!



Magistério

Sensações que nos provocam
Múltiplas formas de conhecimento,
Experiências que nos tocam...
Fazendo arte, experimento.
Cores transbordam a paleta
Em uma constante mutação,
Versos escorrem da caneta
Indo além da educação
Que é bem maior que um ministério,
Cultura oral vem muito antes do império, 
Falando sério, 
Entre mono e estéreo
A rua é tipo um magistério
Ensina a vida e seus mistérios






quinta-feira, 21 de maio de 2020

(Re)significar

Recolho pedras no caminho
Pra cimentar meu sonho
Aguçar os meus sentidos
Deles me componho
Busco a ferramenta
Sinto o gosto do gelo
E o cheiro do fogo 
 (Re) significar o que
Ninguém mais lembra
Pra ficar óbvio denovo





terça-feira, 5 de maio de 2020

Solitário Caminho

Tudo é ambíguo
Na sua própria existência
Inclusive o indivíduo
O que ele faz, e
O que ele pensa

Em tempos de indiferença
Questiono certezas
Buscando as verdades
Ideias contra a correnteza
Pra desrepresar olhares

Do coletivo e sua pluralidade
E da partícula que se divide
Nasce a continuidade 
Brota a vida num encanto
Surge o amor e o desencanto

Qual será a origem do mal? 
E a do bem?
Afinal, de onde a gente vem?
Senão de caminhos,
E de encontros...
Ainda que sozinhos.


Dias melhores

Disposição de multidão,
Pra suportar a violência
E a imposição da solidão
É pra manter a essência
Independente de padrão,
De patrão ou paredão
Liberto a mente da razão
Fico com a intuição

Vendo as coisas como são
Sem pressão, opressão...
Muita ação sem reação
Sigo essa convicção
Jesus era subversão
E hoje teria aversão
Dessa diferenciação
Da fé em negociação

O que é artificial
Soa superficial...
Mas essa é só uma opinião
E memo não sendo consenso
Dias melhores virão...
Que junto venha o bom senso


A Cura

Trago doses de poesia 
A quem não pega a visão
Vacina rara nesses dias
De mentira e exclusão
São sonetos de um olhar
Simples como uma oração

Cartelas cheias de elegia
Que dão voz ao coração
Um remédio aos ouvidos:
Caixas e caixas de crença
Carrego versos comprimidos,
Antídotos contra a indiferença!

O meu remédio é natural,
Comum de se encontrar
Na área urbana, na rural
Basta a gente procurar.
Escondido em todo canto
A cura dessa sociedade
É o sorriso invés do pranto
A mais pura simplicidade



Verbalizo-me

'Em dias de luta 
Encaro a disputa
Não mudo a conduta
Mirando na glória.

Por cima do ego
Embaixo do teto
Meu medo eu enterro
Junto das memórias.

E passo a passo
Eu penso que posso
Mais do que posse
Que isso tudo é nosso.

Assim antes fosse
Viver sem remorso
O sonho mais doce
Levando no dorso

O que falta no bolso
E sobra no verso
E solta-se o verbo...
Querer é poder?

Então verbalizo!
No tempo presente
Me auto-analiso
Na linha de frente,

Respiro e me inspiro 
Despido de egoísmo
Eu digo, repito
E me contradigo'