Cola cum Fróis

Escrevo pela necessidade de me livrar das palavras | @_dudufrois

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Moradia



Cultivo sonhos férteis
Em ruas de terra
Desvio dos projéteis
Faço arte na guerra

É só rima potente que
Tá na linha de frente
Versos pra abrir a mente

Eu tô trepado, 
É vários pente
Eu tô armado 
Até os dente

Sangue Frio
Ideia Quente
(bang-bang)


Foto: Luiz Fernando Ne-Gatxa Patte 

Essa foi a minha escolha
Não foi falta de opção
Versos pra romper a bolha
Eu não falho na missão

Tem vários na retaguarda
 Provando a vida amarga
Em meio aos bandido de farda
Eu vo cantando a liberdade

É dela que eu me alimento
Encaro meus medo, enfrento
A luta eu venço todo o dia

Sempre, sempre em movimento
O grave bate bem la dentro
O som é a minha moradia!


Encontros



Encontros são...
Escombros em desconstrução
Obra da diversidade
Em constante evolução
Fundamental a liberdade
Pulsante de criação
Onde as histórias e instantes
São memórias indo avante
Em busca de uma inspiração...




sábado, 8 de junho de 2019

Consciência ou Morte


Consciência ou Morte?
Eu... tô escrevendo pra ficar com braço forte

Pela orde, pra focar no meu progresso
Boto fé na própria sorte e vô...
Na contramão do retrocesso

Até porque pra quem batalha o dia todo
O auge ainda é muito pouco
Tô subindo além do topo
Já nem ligo mais pro frio

É ideia quente, pique fogo
A cada linha eu largo um soco
A vida passa como um sopro
E a gente sente o arrepio

A cada mente que se abriu
A cada ente que partiu
A cada pente de fuzil

Que é pago pelo nosso imposto
Usado pra acertar o rosto
De quem tem 'cara de bandido'

Assim foi com vários amigos
De sonhos interrompidos

Por breves estampidos que duram menos de um segundo
Abrindo espaço pra sequência do silêncio mais profundo.

Foto: Paulo Marcos de Assis - Florianópolis 2017

Elas

Outras perspectivas
Sobre a mesma violência
Largo rimas introspectivas
Disfarçando a impotência

Frente ao ódio que cega
Aprisionando o espírito
De quem somente se enxerga
E ainda nenhum pouco nítido

Atrás da cura no externo
Sem saber que é o próprio vírus
E que o estado é terminal

Cada qual com seu inferno
Cada um com o próprio Jesus
Que sabe, ou não, o seu final

Mas nunca que perde a fé
Tipo aquela mulher
Herdeira de axé

Da igreja ou do candomblé
Que só de olhar já sabe bem
Quem é, e quem num é!

Tereza de Benguela, lembrei dela

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Chuva de bala



Uma hora tá tranquilão, maior paz
De repente o tempo fecha!

O céu que era azul
Agora é cinza chumbo
Splash!

A água vem certeira, tipo flecha
E se tu moscar te leva junto

São litros mais litros de chuva
Vão caindo pique brainstorm,
Enchendo ruas onde geralmente alguém dorme

E ela vem forte
Pra quem sofre
E não tem sorte
Lá vem morte...

Lamentável!
Outra perda irreparável...

Ratatatata, ratatatata, ratatatata, ratatatata,
Ratatatata, ratatatata, ratatatata, ratatatata,
Ratatatata, ratatatata, ratatatata, ratatatata,
Ratatatata, ratatatata, ratatatata, ratatatata!
(Oitenta tiros)


- Ah, mas pensaram que é bandido...
E quem será o responsável?

E, aí? 
Disso ninguém fala, né?
E quando fala, fala bosta
Enquanto isso outro preto leva bala pelas costas

Bem-vindos a selva de pedra
Onde a justiça é seletiva
E pra mudar a porra da regra
Só uma catarse coletiva!

Quem sabe assim a luz a gente até possa obter
Se aqui na Terra não rolar, bora lá pra Júpiter!

Arte em Movimento


Roda gira
Gira roda
No compasso da palavra

Arte inspira
Incomoda
Rasga a pele tipo faca

E fortalece a mente fraca
Soluciona até conflito
Ta na roupa, tá nas placa
Seu limite é infinito

Como um grito
Antes, contido
Hoje consigo
Ver sorriso,
Em tudo isso
Antes, eu só via drama

Agora não tem
mais mistério
Desestresso
A cada verso
Encontro com meu alter ego
Enquanto a mente diagrama





Forêt Vierge - Les Bords du Parahiba