O quarteto começou a apresentação com uma zabumba chamando o pandeiro e o berimbau prum baião, em que o vibrafone também chega pra pontuar melodias do Gonzagão. E logo ganhou a galera. Em seguida, eles fizeram dinâmicas de velocidade e toque de baqueta nos tons que cada músico tinha a sua frente. Um quarteto de pandeiros se formou então, dando leveza e carisma pro espetáculo. Eles conseguiram mostrar com agilidade um pouco das múltiplas possibilidades do instrumento, que tocado em conjunto, sozinho, também produz sonoridade interessante.
cadência para 7 tambores
Rolou conversa de berimbau, troca de ideia entre repiniques, rodinha de reco-recos, mais pandeirada, bastões musicais e até panela foi batida no palco. Mas não era em protesto à corrupção. O coletivo Abayomi de dança e percussão africana agitou a parte final da apresentação. Djembês e dununs preencheram todo o teatro, fazendo com que a plateia até interagisse com uma palminha animada. Ao fim, uma libertadora comemoração musical ficou visível, e audível, é claro.
Um dos membros do GLiP ainda deu o recado que a Escola Livre de Música de Florianópolis vem lutando para se manter funcionando, com qualidade e gratuidade. O grupo de percussão surgiu no ambiente da própria Escola Livre, numa troca entre alunos e professores. É uma rapazeada que sabe que percussão não é só base, não é só sustentação, e é tão musical quanto qualquer outro naipe. Muito melhor, inclusive, que a última peça que eu havia assistido ali mesmo, sob o lustre redondo do TAC.
A plateia pareceu mesmo convencida de que a percussão é a grande protagonista desse novo espetáculo. Aplaudimos de pé o batuque!